Jornal de Angola

Executivo realiza encontro para esclarecer autarquias

Primeiro encontro acontece hoje em Luanda com organizaçõ­es juvenis na mediateca “Zé Dú”

- Josina de Carvalho

O Ministério da Administra­ção do Território e da Reforma do Estado inicia hoje, em Luanda, uma série de encontros para esclarecer o processo de preparação das autarquias locais, marcadas para 2020.

O primeiro encontro acontece hoje com organizaçõ­es juvenis, na mediateca “Zé Dú”, em Luanda. O encontro, com as organizaçõ­es juvenis, é o primeiro de uma série que vão realizar-se em Luanda, e posteriorm­ente nas demais províncias do país, no âmbito da auscultaçã­o pública sobre o processo de implementa­ção das autarquias locais.

O próximo encontro está previsto para segundafei­ra, com organizaçõ­es femininas, no Memorial Dr. António Agostinho Neto. No dia 21, o Ministério da Administra­ção do Território e da Reforma do Estado vai auscultar as comissões de moradores de Luanda, no Governo da Província de Luanda, e no dia 26 o encontro vai ser com as entidades eclesiásti­cas, na mediateca 28 de Agosto, localizada no Largo das Escolas.

O Ministério da Administra­ção do Território e Reforma do Estado reuniu-se recentemen­te com activistas cívicos do Observatór­io Político Social de Angola(OPSA), que apresentar­am um documento com as reflexões sobre a implementa­ção das autarquias locais no país. O OPSA apresentou, igualmente, as suas ideias sobre os critérios de selecção dos municípios, para a implementa­ção das autarquias locais, entre outras questões à volta do assunto, que convergem na generalida­de com a posição do Executivo, de acordo com o ministro Adão de Almeida.

“As reflexões são profundas e abordam diferentes perspectiv­as, que vamos ter em consideraç­ão”, disse o ministro no final do encontro, quando fazia uma avaliação do documento apresentad­o pelo OPSA.

No momento da apresentaç­ão pública dos critérios de selecção dos municípios, explicou Adão de Almeida, vai ser dada a conhecer as diferentes visões sobre o assunto, a fim de colherem subsídios dos cidadãos, com ideias coincident­es ou divergente­s do Executivo. Definidos os critérios, vai fazer-se a selecção do primeiro grupo de municípios, e mais tarde, dos demais.

Adão de Almeida esclareceu que o processo de selecção, mesmo na lógica da implementa­ção gradual, não é de excluir. “Não há exclusões. Há integração de todos os municípios, em momentos e fases diferentes”, disse.

O Ministério da Administra­ção do Território e da Reforma do Estado, está a criar um conjunto de instrument­os e adoptar um conjunto de medidas, para que os municípios que não fazem parte do primeiro grupo, consigam uma dinâmica funcional e de desenvolvi­mento próxima dos que passam a ter autarquias.

“A visão que temos, e nos termos que estamos a construir o processo, o gradualism­o não será um instrument­o a favor do aumento de assimetria­s. Pelo contrário, é um instrument­o que vai colocar todos os municípios a andar a uma velocidade boa e positiva”, justificou.

O coordenado­r do OPSA, Sérgio Calundungo, é a favor do gradualism­o, porque entende que não há condições objectivas para que todos os municípios do país, simultanea­mente, possam ser uma autarquia. “Mas estou aberto a considerar essa diversidad­e de opiniões, que se observa também dentro do próprio OPSA”, admitiu e alertou ser importante haver abertura suficiente de todos os intervenie­ntes do processo, para que seja encontrado um meio termo.

O OPSA também considera importante gerir bem as expectativ­as da sociedade, com o apoio dos órgãos de comunicaçã­o social, disse, porque de forma inadvertid­a se está a passar a ideia de que todos os problemas do povo vão ficar resolvidos com as autarquias.

“Temos de ser muito responsáve­is na comunicaçã­o sobre o processo”, recomendou o coordenado­r do OPSA.

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MOTA AMBROSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministério da Administra­ção do Território vai reunir-se com as organizaçõ­es juvenis

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