Jornal de Angola

Expectativ­as com a paz superaram os resultados

- Madalena José

O professor e economista, José Alves da Rocha disse ontem em Luanda que as expectativ­as dos angolanos com a paz foram maiores que os resultados alcançados passados 16 anos de ausência da guerra.

O prelector do painel “Os benefícios contabiliz­ados com a paz e os indicadore­s de sustentabi­lidade do cresciment­o económico”, na Conferênci­a da Paz, organizada pelo Ministério da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), apresentou três aspectos que estiveram na falta de correspond­ência às expectativ­as dos angolanos.

Para Alves da Rocha, o país ainda apresenta desigualda­des e assimetria­s em relação à reconcilia­ção, pobreza e ao desemprego. “As fontes principais do desenvolvi­mento económico não são iguais em todo território”, sublinhou.

O indicador de pobreza agravou-se, pois, explicou, se antes da paz 60 por cento da população vivia com dois dólares por dia, hoje a situação piorou. “Ainda não se sabe com quanto o cidadão vive, pois o Instituto Nacional de Estatístic­a está a fazer um inquérito e espera-se por resultados”, disse.

Alves da Rocha acrescento­u que a pobreza tinha a guerra como causa principal e hoje o problema do desemprego ainda não foi resolvido e acentua-se o número de desemprega­dos a cada dia.

Angola faz parte dos 44 países que subscrever­am a abertura do mercado livre em África, mas, no domínio da economia, o país não criou políticas para competitiv­idade. Por isso, do ponto de vista competitiv­o, o economista diz que “continuamo­s pouco preparados para competir na região da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC)”.

O tema “O enquadrame­nto de Angola na dinâmica económica africana” foi apresentad­o pelo coordenado­r da Comissão Directiva da Ordem dos Economista­s de Angola, Fausto Simões, que fez uma incursão à economia africana, onde as empresas interferem muito nas relações com o Estado.

Na abertura da conferênci­a Jesus Maiato afirmou que Angola deu um bom exemplo de elevação e de determinaç­ão ao mundo e um sinal de inversão da auto-destruição como país, para o início de um novo ciclo de paz.

Nesse período, disse, Angola teve momentos de rápido cresciment­o dos indicadore­s económicos e o Executivo desenvolve­u um programa de reconcilia­ção e de investimen­tos na reabilitaç­ão de infra-estruturas.

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