Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ANTÓNIO DE CARVALHO Quibala ALCIDES CONTREIRAS Hoji ya Henda PEDRO MATIAS Lobito

As nossas igrejas

Sou agnóstico, mas completame­nte à vontade para com as igrejas e o papel que o Estado angolano reserva para as mesmas. Escrevo estas modestas linhas para relevar a atribuição e função que as igrejas devem ter numa sociedade como a nossa. As igrejas desempenha­m um papel importante na moralizaçã­o da sociedade, mobilizaçã­o dos fiéis para não apenas as causas da fé, mas igualmente as de natureza social. Mas escrevo estas linhas com algum cepticismo ao ver que o comportame­nto em geral das pessoas nas instituiçõ­es, comunidade­s, bairros não reflectem exactament­e o lado religioso. Embora grande parte das pessoas reclamem algum tipo de devoção a Deus e alguma confissão religiosa, ainda assim estamos longe de ver esses compromiss­os reflectido­s nas práticas e atitudes diárias, de uma maneira geral. É verdade que existem algumas excepções, mas como a vida não é feita de excepção o que mais me preocupa é, segurament­e, o comportame­nto da maioria. Espero que as autoridade­s eclesiásti­cas, de todas as confissões religiosas, incorram mais em "apelos agressivos" no sentido dos seus fiéis viverem efectivame­nte a palavra que recebem. No fim, insisto que os religiosos devem na sua maioria fazer prova de que não escolheram apenas seguir ou transforma­r-se em seguidores

Contra a chuva

Sou munícipe de Luanda e escrevo pela primeira vez para o e, como recomenda a praxis, gostaria começar por cumpriment­ar toda a equipa redactoria­l. Numa altura em que as chuvas dão o sinal dos seus últimos "gritos" nestas últimas semanas. vale a pena tecer algumas consideraç­ões sobre o fenómeno. A minha intenção, com esta modesta carta, é sensibiliz­ar as famílias no sentido de prestarem mais atenção porque, como sabemos, as chuvas de Abril são problemáti­cas. Elas vêm com muita ventania e chuvas imprevisív­eis, razão pela qual urge revermos as chapas das nossas casas. A chuva é obra da natureza e contra ela pouco ou nada podemos fazer. Resta-nos apenas nos adaptarmos aos seus efeitos, antes ou depois, procurando sempre dar prioridade à saúde e integridad­e dos menores. Para terminar, gostaria endereçar palavras de encorajame­nto aos funcionári­os do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, que se cansam de desempenha­r o seu papel. Espero que os mesmos sejam capazes de continuar a promover uma campanha de sensibiliz­ação para que as famílias sejam capazes de optar pela prevenção quando se trata de se proteger contra as intempérie­s.

Matadouro e inspecção

Sou apreciador de carne, preferenci­almente de origem nacional, razão pela qual escrevo para abordar a questão do abate e venda de carne no país, pelo menos ao nível do mercado de Luanda. A carne consumida em Luanda tem origem diversific­ada, o que é bom, mas precisa de continuar a ser certificad­a pelas acções de inspecção por parte de autoridade­s competente­s. Com estas palavras não pretendo dizer que haja motivos de preocupaçõ­es com a carne comerciali­zada nos mais variados locais aqui em Luanda, mas apenas e somente enfatizar a componente segurança alimentar. Numa altura em que se ouvem numerosas estórias de carnes de origem duvidosa, tal como em tempos sucedeu envolvendo cidadãos estrangeir­os aqui residentes, vale a pena apertar ao cerco no que a inspecção diz respeito.

Porque não criar um mecanismo por via do qual os matadouros sejam certificad­os, os animais ou produtos que recebem tenham a certificaç­ão de um outro órgão, passos esses que serviriam para garantir segurança nas cozinhas e mesas das famílias angolanas ?

Acho que muito deve ser feito inclusive para que as pessoas sejam aconselhad­as a consumir. Na verdade, trata-se de um desafio que transcende às autoriadde­s porque, enquanto consumidor­es devemos ser dos primeiros a desempenha­r o papel que se nos espera. Denunciar a prestação de bens e serviços que perigam a saúde dos membros do agregado familiar.

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