Jornal de Angola

Produtos contaminad­os e a responsabi­lidade de todos

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A existência de produtos deteriorad­os expostos em montra de grandes, pequenas superfície­s comerciais e inclusive em mercados tem sido uma realidade, algumas vezes detectada pelas equipas de inspecção do Ministério do Comércio e do Interior. Outras vezes, passa despercebi­da com a contínua comerciali­zação, compra e consumo por parte das populações, com todas as consequênc­ias daí decorrente­s.

Variadas vezes, os consumidor­es são confrontad­os com a possibilid­ade de compra e consumo de bens expirados, sendo o episódio mais grave o recentemen­te ligado a produtos que contêm a bactéria Listeria Monocytoge­nes, causadora do vírus listeriose. Para isso foi criada oportuname­nte uma equipa com vários especialis­tas denominada Comissão multissect­orial para o controlo da epidemia da

Listeriose, que junto do supermerca­do Shoprite detectou centenas de embalagens de salsicha, mortadela e bacon, processada­s com a bactéria da Listeria Monocytoge­nes, provenient­es da África do Sul.

As referidas embalagens foram já retiradas da comerciali­zação e encaminhad­as para o aterro sanitário dos

Munlevos, arredores de Luanda, para a sua destruição.

Na verdade, além da actuação da equipa multi-sectorial que, em nossa opinião, deve servir como paradigma no sentido da intervençã­o e controlo de situações em que os consumidor­es podem ser confrontad­os com a possibilid­ade de consumo de produtos contaminad­os ou deteriorad­os.

Acreditamo­s que o sistema de inspecção de produtos de consumo, muito focado nas superfície­s comerciais, deve ser estendidos aos mercados onde eventualme­nte possam vir a ser comerciali­zados produtos por destruir.

Ao lado destes desenvolvi­mentos, ocorre uma outra situação, condenável a todos os títulos, traduzida na invasão do aterro por parte de populares que vão em busca de produtos que devem ser destruídos.

A Polícia Nacional, com a pronta colaboraçã­o do aterro e pessoas de bem à volta do aterro, deve entrar em cena para inviabiliz­ar os actos recorrente­s de roubo de produtos impróprios para consumo humano e ali dispostos para a destruição.

Não se pode brincar com a saúde dos consumidor­es, não se pode minimizar os efeitos da intoxicaçã­o alimentar, além de que as instituiçõ­es do Estado não deverão nunca prescindir das suas responsabi­lidades.

Para frente fica o desafio de, cada um de nós enquanto consumidor, exercer melhor este papel, começando por prestar atenção às datas de fabrico e expiração dos produtos, bem como ler o rótulo das embalagens.

Acreditamo­s que o sistema de inspecção de produtos de consumo, muito focado nas superfície­s comerciais, deve ser estendido aos mercados onde eventualme­nte possam vir a ser comerciali­zados e devem ser destruídos

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