Jornal de Angola

Governador apela à gestão dos recursos humanos

- João Upale | Moçâmedes

A comuna de Moçâmedes, no município com o mesmo nome, província do Namíbe, foi criada à margem da realização de um seminário que decorreu ontem na cidade de Moçâmedes, sobre a divisão política administra­tiva da província, sob o lema "conhecer o território para gerir os recursos económicos e sociais rumo ao desenvolvi­mento".

Os participan­tes ao encontro concluíram, de entre outros pontos, que se deve aproveitar a experiênci­a das autoridade­s tradiciona­is na interpreta­ção da toponímia dos marcos naturais, como, rios, montes e montanhas descritos na Lei da divisão político-administra­tiva, assim como recomenda às administra­ções municipais, para trabalhare­m com as populações nas áreas da sua jurisdição, com os nomes por elas conhecidas.

A directora do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa do Governo da Província, Neusa Bengany, fez a leitura do comunicado saído do seminário, referiu que no caso de haver dúvidas relativame­nte aos limites das localidade­s de cada área de jurisdição, os administra­dores municipais devem interagir para a solução. Nas épocas de transumânc­ia, à procura de melhores condições, o encontro recomendou que haja cooperação entre as localidade­s administra­tivas.

Dado que existe na comuna do Yona, município do Tômbwa, um rio sem nome, e por haver a necessidad­e de se atribuir, os presente ao seminário recomendar­am à administra­ção do município a fazê-lo. O encontro orientou, igualmente, as administra­ções municipais a continuare­m com o trabalho pedagógico junto das populações, para evitar incompreen­sões que eventualme­nte possam surgir em relação à matéria da divisão político-administra­tiva, assim como continuar o estudo dos limites das comunas em cada unidade geográfica do município.

Comuna de Moçâmedes

Alguns administra­dores municipais, participan­tes ao seminário, louvaram a ideia do Governo Provincial pela iniciativa que em grande

Carlos da Rocha Cruz, exortou os presentes a optarem por um ambiente no contexto político e institucio­nal, que se rege por princípios democrátic­os e na observânci­a das Leis, para quem os indicadore­s principais da governação resumem-se numa gestão responsáve­l de recursos humanos, naturais e económicos, e pode estar mais próximo da perfeição quanto maior for o conhecimen­to do espaço territoria­l, sob a responsabi­lidade do seu gestor.

O governante disse ser com esse espírito, que o Governo da Província organizou o referido seminário, destacou de entre outros objectivos traçados no plano da sua realização, o de dirimir dúvidas sobre a dependênci­a político -administra­tiva das povoações fronteiriç­as, por medida dirime algumas incompreen­sões, no que tange aos limites e limitações das zonas sob o seu controlo, tal como fez crer a administra­dora comunal da Lucira.

Isaura Trindade ficou a saber da alteração dos limites administra­tivos do município entender não serem apenas entre as comunas e municípios da província que governa, como também das proximidad­es que obrigam um contacto permanente entre as populações de Benguela, Cunene e Huíla, cujo dia-a-dia se resume em trocas comerciais, da transumânc­ia, na procura de serviços de saúde, educação e em visitas familiares, que não têm fronteiras.

Para o caso do Namibe, devido a questões do pasto, água para o gado, assim como à procura de terras aráveis, o surgimento de pequenos conflitos entre as comunidade­s é quase permanente, segundo o governante.

Carlos Cruz exortou às administra­ções municipais e comunais, a terem um domínio profundo na leitura e interpreta­ção dos mapas sede da província, mormente a criação de mais uma comuna, a de Moçâmedes, que disse ser a única coisa que se alterou (nesse mesmo município), que é benéfico por causa da expansão territoria­l, pois, vai ser necessário a aparição de mais da divisão política administra­tiva, e em alguns casos, com recurso às autoridade­s tradiciona­is e outros anciãos, para que possam comparar e identifica­r de forma concreta os topónimos descritos na Lei da divisão política administra­tiva, com seguimento aos critérios existentes e tecnicamen­te definidos, para elaborar as fronteiras, curvas e níveis ou relevos que são as mais comuns, que associados às estruturas geodésicas, ajudam a orientação no terreno.

Por outro lado, devido à interpreta­ção incorrecta de certas localidade­s, em relação à diferença políticoad­ministrati­va, a participaç­ão das populações em actividade­s da campanha, como o registo eleitoral, vacinação de gado e humana, não está a surtir os efeitos desejados. um novo elenco governativ­o na sua área de jurisdição. “Os limites administra­tivos que já antigament­e nós sabíamos, não tiveram tanta mudança”, aludiu.

O encontro, durou dois dias, teve como objectivo conhecer os limites das unidades territoria­is entre províncias, municípios e comunas, com base na Lei no. 18/16, de 17 de Outubro (Lei da Divisão Política Administra­tiva).

Outros objectivos do seminário, têm a ver com a interpreta­ção e identifica­ção da descrição dos limites fronteiriç­os entre as unidades territoria­is expressos na lei, e comparar com a realidade concreta e natural em cada caso, assim como dirimir eventuais dúvidas sobre a dependênci­a político -administra­tiva das regiões fronteiriç­as.

Confrontar a gestão político-administra­tiva das unidades territoria­is (com base na Lei no. 18/16, de 17 de Outubro), e aproveitar a experiênci­a das autoridade­s tradiciona­is na interpreta­ção da toponímia dos marcos naturais dos rios, montes e montanhas descritos na Lei da divisão politica administra­tiva, também foram outros objectivos tidos em conta durante o seminário.

Alguns administra­dores municipais, participan­tes ao seminário, louvaram a ideia do Governo Provincial pela iniciativa que em grande medida dirime algumas incompreen­sões

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O governador,

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