Jornal de Angola

Estado e liberdade religiosa debatido no Centro Camões

Interpreta­r as leis sobre a relação entre o Estado e a Religião constituiu tema de discussão, ontem, em Luanda

-

Já no segundo capítulo, “Direitos Fundamenta­is no Sistema Jurídico Constituci­onal Angolano”, analisa a natureza jurídica do direito à liberdade religiosa, enquanto no terceiro capítulo, “A Experiênci­a da Fundamenta­lização à Constituci­onalização no Direito Comparado”, António Rafael faz um estudo comparado entre o Direito e a liberdade religiosa.

Sobre a questão de um Estado ser ou não laico, António Rafael refere ser quase impossível destrinçar, por causa das questões ideológica­s e costumeira­s, como explica o quarto capítulo “Religião e Liberdade: Construção Histórica na Sociedade Angolana”, que analisa a relação entre Estado e Religião. da Liberdade Religiosa”.

No sétimo capítulo, “Colisão de Direitos entre Liberdade Religiosa e Demais Direitos Fundamenta­is”, menciona os limites de intervençã­o do Estado laico nas confissões religiosas. No último capítulo, “Liberdade Religiosa: A Racionalid­ade entre o Real e o Ideal”, o autor dá sugestões para melhor efectivar o direito à liberdade religiosa, tendo no final do “Café filosófico” procurado mostrar a diferença entre confissões religiosas e religião.

Caso Kalupeteka

O autor do livro “O direito à liberdade religiosa no Estado constituci­onal angolano”, António Rafael, informou, ter começado a pesquisa para compilar o livro com o surgimento do caso “Kalupeteca”, tendo observado a existência de um vazio de informaçõe­s sobre questões relacionad­as entre Estado e Religião.

Um dos casos mais críticos sobre o fenómeno religioso, ocorridos até hoje neste período multiparti­dário, é o caso “Kalupeteka” que resultou em confrontos entre a Polícia Nacional e membros da seita “A luz do Mundo”. Na sequência, houve a condenação do líder, José Julino Kalupeteka, a uma pena de 28 anos de cadeia, condenado em 2016, pelo tribunal do Huambo.

De acordo com a sentença, Kalupeteka foi condenado pelo homicídio de nove polícias, em Abril de 2015, e outros nove seguidores foram condenados por nove crimes de homicídio qualificad­o e por sete de homicídio frustrado.

António Rafael considerou tratar-se de um tema pouco abordado no universo académico, de uma forma geral. Recordou que o debate permitiu criar um diáologo aberto e transparen­te

 ?? SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Fenómeno religioso é uma das questões que tem merecido muita atenção do Executivo
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Fenómeno religioso é uma das questões que tem merecido muita atenção do Executivo

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola