Crianças estudam debaixo de árvores
Por falta de escolas na comunidade igrejas cederam parte das suas instalações para os petizes estudar
A falta de estabelecimentos de ensino na comuna de Capunda, município do Luquembo, na província de Malanje, leva muitas crianças a terem aulas debaixo de árvores e em escombros existentes na localidade.
O director da escola primária NJinga Mbande, José Cabeto, disse que as igrejas tentam minimizar a situação cedendo espaço nas suas capelas para que algumas crianças possam estudar com algum conforto.
“Temos aqui muitos meninos que já concluíram o primeiro ciclo mas estão em casa por falta de escolas e professores”, lamentou.
José Cabeto informou que muitas escolas no município funcionavam com professores que trabalhavam em regime de contrato. Porém, devido à crise financeira, os contratos foram suspensos e os docentes deixaram de dar aulas. Em consequência disso, no presente ano lectivo 1.015 munícipes estão fora do sistema do ensino.
A comuna de Capunda conta com a escola NJinga Mbande, a Missão Sacabeia e a 22 de Novembro. As duas últimas encontram-se em estado precário.
Água de qualidade
A comuna do Dombwa Zanga, no município de Luquembo, em Malanje, voltou a ter água potável, depois de cinco anos de inoperância do anterior sistema de captação. O actual sistema tem capacidade para bombear dez mil metros cúbicos por hora e vai beneficiar três mil pessoas.
Segundo o director provincial da Energia e Águas, Jacinto Caculo, a infra-estrutura, construída no âmbito do programa “Água para Todos”, vai acabar com as deslocações da população para lavar roupa e utensílios domésticos . “Os munícipes já não vão percorrer distâncias para ir ao rio buscar água. Agora têm água próximo das suas residências”, disse.
O responsável do sector das Águas em Dombwa Zanga adiantou que vão ser construídos pequenos sistemas de água com o mínimo de três chafarizes para “garantir que a população esteja devidamente servida”.
O soba Victor André, por seu lado, disse ser um “grande ganho” para a comunidade, ao mesmo tempo que apelou aos habitantes a preservarem a infra-estrutura Posto médico em Capunda.
A comuna de Capunda que dista 28 quilómetros da sede municipal de Luquembo, conta já com um posto médico. A unidade tem três enfermeiros e dispõe de banco de urgência, pediatria, enfermaria, farmácia, arrecadação, consultório e um laboratório.
O médico Domingos Malungo, responsável pelo sector da Saúde na localidade, disse que as patologias mais frequentes na região são a malária, diarreias agudas e pneumorragias inflamatórias.
Segundo Domingos Malungo nesta época chuvosa doenças como diarreias agúdas e malária são frequentes devido as enormes quantidades de lixo espalhadas pela localidade e consequentemente os focos de mosquitos.
“Nesta altura temos muita gente a contrair malária porque há muita água estagnada na comuna e os mosquitos multiplicam-se alarmantemente”, disse
Domingos Malungo disse fez saber ainda que apesar de existirem na comuna parteiras tradicionais , não há nenhuma sala de parto,” o que tem causado enormes constrangimentos às parturientes”.
Muitas escolas no município funcionavam com professores que trabalhavam em regime de contrato. Porém, devido à crise financeira, os contratos foram suspensos e os docentes deixaram de dar aulas