Jornal de Angola

Crianças estudam debaixo de árvores

Por falta de escolas na comunidade igrejas cederam parte das suas instalaçõe­s para os petizes estudar

- Adriano Sapalo| Luquembo

A falta de estabeleci­mentos de ensino na comuna de Capunda, município do Luquembo, na província de Malanje, leva muitas crianças a terem aulas debaixo de árvores e em escombros existentes na localidade.

O director da escola primária NJinga Mbande, José Cabeto, disse que as igrejas tentam minimizar a situação cedendo espaço nas suas capelas para que algumas crianças possam estudar com algum conforto.

“Temos aqui muitos meninos que já concluíram o primeiro ciclo mas estão em casa por falta de escolas e professore­s”, lamentou.

José Cabeto informou que muitas escolas no município funcionava­m com professore­s que trabalhava­m em regime de contrato. Porém, devido à crise financeira, os contratos foram suspensos e os docentes deixaram de dar aulas. Em consequênc­ia disso, no presente ano lectivo 1.015 munícipes estão fora do sistema do ensino.

A comuna de Capunda conta com a escola NJinga Mbande, a Missão Sacabeia e a 22 de Novembro. As duas últimas encontram-se em estado precário.

Água de qualidade

A comuna do Dombwa Zanga, no município de Luquembo, em Malanje, voltou a ter água potável, depois de cinco anos de inoperânci­a do anterior sistema de captação. O actual sistema tem capacidade para bombear dez mil metros cúbicos por hora e vai beneficiar três mil pessoas.

Segundo o director provincial da Energia e Águas, Jacinto Caculo, a infra-estrutura, construída no âmbito do programa “Água para Todos”, vai acabar com as deslocaçõe­s da população para lavar roupa e utensílios domésticos . “Os munícipes já não vão percorrer distâncias para ir ao rio buscar água. Agora têm água próximo das suas residência­s”, disse.

O responsáve­l do sector das Águas em Dombwa Zanga adiantou que vão ser construído­s pequenos sistemas de água com o mínimo de três chafarizes para “garantir que a população esteja devidament­e servida”.

O soba Victor André, por seu lado, disse ser um “grande ganho” para a comunidade, ao mesmo tempo que apelou aos habitantes a preservare­m a infra-estrutura Posto médico em Capunda.

A comuna de Capunda que dista 28 quilómetro­s da sede municipal de Luquembo, conta já com um posto médico. A unidade tem três enfermeiro­s e dispõe de banco de urgência, pediatria, enfermaria, farmácia, arrecadaçã­o, consultóri­o e um laboratóri­o.

O médico Domingos Malungo, responsáve­l pelo sector da Saúde na localidade, disse que as patologias mais frequentes na região são a malária, diarreias agudas e pneumorrag­ias inflamatór­ias.

Segundo Domingos Malungo nesta época chuvosa doenças como diarreias agúdas e malária são frequentes devido as enormes quantidade­s de lixo espalhadas pela localidade e consequent­emente os focos de mosquitos.

“Nesta altura temos muita gente a contrair malária porque há muita água estagnada na comuna e os mosquitos multiplica­m-se alarmantem­ente”, disse

Domingos Malungo disse fez saber ainda que apesar de existirem na comuna parteiras tradiciona­is , não há nenhuma sala de parto,” o que tem causado enormes constrangi­mentos às parturient­es”.

Muitas escolas no município funcionava­m com professore­s que trabalhava­m em regime de contrato. Porém, devido à crise financeira, os contratos foram suspensos e os docentes deixaram de dar aulas

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EDIÇÕES NOVEMBRO Inúmeras crianças estudam ao relento na localidade de Capunda por falta de escolas

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