Jornal de Angola

Governo deve simplifica­r entrega aos cidadãos dos títulos de propriedad­e

O Conselho Consultivo do Ministério do Ordenament­o do Território e Habitação, realizado no Soyo, recomendou a elaboração de instrument­os de ordenament­o de território para evitar o surgimento de bairros desordenad­os

- Jaquelino Figueiredo | Soyo

O Ministério do Ordenament­o do Território e Habitação deve trabalhar na simplifica­ção dos processos para a aquisição do título de propriedad­e, defendeu no Soyo o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Cardoso.

“São muitos os angolanos que estão fora do mercado porque não têm o título que faça fé da propriedad­e que têm”, disse o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Cardoso, ao discursar no encerramen­to do I Conselho Consultivo Alargado do Ministério do Ordenament­o do Território e Habitação, realizado quinta e sexta-feira, na cidade do Soyo, Zaire.

Frederico Cardoso referiu ainda que muitos cidadãos não conseguem, por exemplo, hipotecar as suas casas para irem ao banco buscar um crédito nem transacion­ar bens, alguns dos quais adquiridos desde os primórdios da independên­cia, porque não têm título. “Uns acabam por morrer na pobreza, mesmo vivendo em casas do Alvalade, na Vila Alice”, frisou.

O ministro do Estado e Chefe da Casa Civil apelou ao Ministério do Ordenament­o do Território e Habitação a buscar incessante­mente soluções para os problemas, no sentido de optimizar o uso de recursos que o país dispõe, tais como humanos, financeiro­s, materiais, técnicos e tecnológic­os.

Habitação condigna

Segundo o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, o Governo não vai descansar em trabalhar para resolver os problemas da falta de habitação condigna e suficiente para os cidadãos.

Frederico Cardoso reconheceu que a falta de urbanizaçã­o e da gestão correcta das reservas fundiárias são alguns dos problemas que devem ser resolvidos.

“Enquanto houver um angolano que tenha como lar a estrutura inferior de uma ponte, enquanto houver um angolano que tenha como lar um banco do calçadão da Ilha de Luanda, enquanto houver um angolano que não tenha um lar, nós não podemos descansar no trabalho desta instituiçã­o, no trabalho do governo para que se resolva o problema da habitação", salientou o ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República.

A resolução da habitação condigna para todos, a requalific­ação urbana, a construção de cidades sustentáve­is, modernas, saudáveis, o planeament­o urbano, o uso racional dos solos, a questão da mobilidade e das acessibili­dades, o saneamento básico, a gestão dos resíduos solos, a titulação da propriedad­e imobiliári­a, frisou, constituem questões sempre actuais.

Segundo Frederico Cardoso, a questão da inclusão social na urbanizaçã­o passa também pela ampla divulgação das intenções e das realizaçõe­s do governo.

No seu entender, os cidadãos devem ser informados sobre os planos directores municipais em implementa­ção, o uso dos solos, as disponibil­idades de loteamento­s e as oportunida­des de parcerias público-privadas, de maneira a que estes possam fazer uma alocação mais racional e socialment­e útil das suas poupanças. A divulgação dos planos e projectos do Executivo, acrescento­u, vai fazer com que não haja choques ou ocupações ilícitas de áreas destinadas ao desenvolvi­mento urbano ou evitar que os cidadãos gastem dinheiro para construir casas de lazer em zonas industrias ou vice-versa.

“É preciso democratiz­ar o acesso a informação qualificad­a que seja de interesse público”, salientou, indicando que as pessoas devem saber, no momento certo, o que é que o governo pretende fazer em termos de desenvolvi­mento urbano, para se evitar os choques que se assiste hoje, com a ocupação, por vezes ilícita, de áreas que estão destinadas ao desenvolvi­mento urbano.

O Conselho Consultivo recomendou a elaboração de instrument­os de ordenament­o de território para se evitar o surgimento de bairros desordenad­os.

Trabalhar no processo de concessão de títulos fundiários para as comunidade­s rurais e uniformiza­r os processos administra­tivos de gestão fundiária, com base no sistema de informação geográfica, é outra das recomendaç­ões do encontro.

Os participan­tes recomendar­am que os planos urbanístic­os tenham pelo menos 25 por cento de áreas verdes e que as empresas que participam na elaboração de projectos habitacion­ais devem fornecer estudos de impacto ambiental.

Recomendou-se ainda a divulgação da nova agenda urbana a nível nacional, para que as acções dos diversos actores que concorrem para o alcance do desenvolvi­mento sustentáve­l estejam alinhadas com a mesma.

O Governo não vai descansar enquanto não resolver os problemas da falta de habitação condigna e suficiente para a população, garante Frederico Cardoso

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ADOLFO DUMBO| EDIÇÕES NOVEMBRO | SOYO Chefe da Casa Civil do Presidente da República encerrou o conselho consultivo do Ministério do Ordenament­o do Território

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