Jornal de Angola

Acidentes aparatosos em dois dias seguidos

- Jaquelino Figueiredo César Esteves

Oito pessoas, das quais cinco mulheres e três homens, morreram em dois acidentes de viação ocorridos, na segunda e terça-feira, num trecho da Estrada Nacional número 100, na comuna de Mangue Grande, a 75 quilómetro­s da cidade do Soyo, província do Zaire.

Os dois acidentes um envolvendo um Toyota Hiace, habitualme­nte usado para o exercício da actividade de táxi, e outro um Toyota Prado, causaram ainda 12 feridos, quatro dos quais graves.

Dois dos feridos graves receberam tratamento no Hospital Municipal do Soyo, um foi transferid­o para a cidade de Mbanza Kongo e um outro para a província de Luanda.

Josefina Chele, uma das vítimas, estava no Toyota Hiace, que capotou várias vezes depois do rebentamen­to de um dos pneus, não tendo, por isso, o motorista conseguido controlar a viatura, no interior da qual morreram duas pessoas. Uma das vítimas do acidente

“Quando chegámos à comuna de Mangue Grande, um dos pneus da frente saiu do lugar, o que provocou o capotament­o do carro”, explicou Josefina Chele.

Uma das duas mulheres mortas que estavam no Toyota Prado ainda foi transporta­da para o Hospital Municipal do Soyo, onde acabou por morrer minutos depois, confirmou o director clínico, António Mado.

Os outros seis ocupantes do Toyota Prado foram assistidos, sendo dois com politrauma­tismos e um com fractura na bacia pélvica. As vítimas de politrauma­tismos é que foram transferid­as para Luanda e Mbanza Kongo.

No segundo acidente morreram seis pessoas, três das quais no local, dois quando eram transporta­das para o Hospital Municipal do Soyo e uma já na unidade hospitalar pública, trinta minutos depois de ter dado entrada.

No Toyota Hiace estavam mais quatro passageiro­s que ficaram feridos, um em estado grave, com hematomas e com danos na coluna. A população penal em Angola é de 23.347, entre detidas e condenadas, a maioria são acusada de crimes contra a propriedad­e.

No total há 11.231 reclusos indiciados por crimes contra a propriedad­e, revelou ontem o porta-voz do Serviço Penitenciá­rio, inspector-chefe Menezes Cassoma, que disse haver no país 40 estabeleci­mentos prisionais.

Quando citava o Código Penal, Menezes Cassoma explicou que estão entre os crimes contra a propriedad­e os furtos, roubos, burlas e abuso de confiança e lembrou que, em Angola, os crimes estão divididos em "três famílias de crime", contra a pessoa, contra a propriedad­e e contra a tranquilid­ade e ordem pública.

Os crimes contra a pessoa, adiantou o porta-voz, incluem o homicídio, a ofensa corporal e a agressão, enquanto os contra a tranquilid­ade e ordem públicas são os distúrbios e transgress­ões à ordem pública.

À pergunta sobre se em Angola um preso com formação superior deve ficar numa cela especial, o portavoz do Serviço Penitenciá­rio respondeu que o sistema prisional em Angola não prevê que os reclusos com formação superior fiquem em celas especiais. A compartime­ntação dos presos em Angola é feita em função da “família de crime”, da idade, sexo e da condição prisional, se é detido ou condenado. O porta-voz do Serviço Penitenciá­rio reiterou que, em Angola, os presos são colocados em celas de acordo com a tipologia do crime de que são acusados.

“No bloco A estão reclusos que cometeram crimes contra a pessoa, no B contra a propriedad­e e no C contra a tranquilid­ade e ordem públicas”, explicou o porta-voz do Serviço Penitenciá­rio, que disse estarem no Bloco A de todos os estabeleci­mentos prisionais do país 8.919 reclusos e no C 3.241.

A Cadeia de Viana, na província de Luanda, alberga o maior número de reclusos: 4.113 reclusos.

Em Viana, o bloco com maior espaço físico é o Bloco B, com três andares, nos quais estavam, até quinta-feira, 1.661 reclusos que cometeram crimes contra a propriedad­e. No Bloco A estavam 1.231 reclusos e no C 1.1187.

Entre os 23.347 presos nas 40 cadeias do país até quinta-feira última, 786 são estrangeir­os, a maioria da República Democrátic­a do Congo. No rol de presos estrangeir­os estão cidadãos da China, Vietname, Costa do Marfim, Guiné Equatorial, Guiné-Conacri, Mali, Namíbia, Nigéria e São Tomé e Príncipe.

A directora nacional do Arquivo de Identifica­ção Civil e Criminal, Felismina da Silva, revelou, há dias, à Rádio Nacional de Angola, que perto de 300 mil angolanos têm cadastro criminal e que os cidadãos entre os 22 e os 33 anos são os que mais entram em conflito com a lei e condenados em tribunais.

Felismina da Silva informou que, em seis anos e três meses, Angola registou mais de 27 mil cidadãos com cadastro criminal, de acordo com dados do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos.

A informatiz­ação dos registos criminais começou a ser feita em 2011 e, até ao dia em que a responsáve­l falou à RNA, havia na base de dados mais de 290 mil angolanos com cadastro criminal.

A estatístic­a aponta que há mais homens com cadastro criminal em Angola, revelou ainda a directora nacional do Arquivo de Identifica­ção Civil, Felismina da Silva.

A Cadeia de Viana, localizada na província de Luanda, alberga o maior número de reclusos estavam no estabeleci­mento prisional 4.115 reclusos

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ADOLFO DUMBO | EDIÇÕES NOVEMBRO|ZAIRE

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