Luanda tem cada vez menos espaços verdes
OsespaçosverdesdeLuanda tendem a desaparecer. Locais onde havia jardins estão a ser invadidos por betão, descaracterizando uma cidade que ontem já inspirou poetas. As obras na Zona Verde são exemplo disso.
O escritor João Tala defendeu, sexta-feira, em Luanda, o surgimento de mais livrarias e feiras do livro, por formas a permitir que os jovens adquiram maior conhecimentos e hábitos de leitura. João Tala fez esse apelo na segunda edição do programa “Textualidades - Conversa com os Leitores”, realizada no Memorial Dr. António Agostinho Neto (MAAN), onde manifestou preocupação pelo encerramento de algumas livrarias, em Luanda, que no seu entender deviam ser reabertas, assim como a criação de mais feiras do livro em todo o país.
O escritor lembrou que na década de 1980 havia inúmeras livrarias em funcionamento em Luanda , “a Lello encerrou, a Mestria também, situação que deve ser invertida para o bem da literatura”, aflorou.
O escritor afirmou que parte dos problemas da falta de livros no mercado consiste no reduzido número de editoras existentes no país. Reconheceu que a aquisição de livros por meio da Internet está, também, a contribuir para o desaparecimento do livro físico, defendendo reforço de políticas para a manutenção destes.
Apontou o Brasil, onde apesar da Internet ter um bom nível de aceitação, os cidadãos acorrem, mesmo assim, às feiras de livros.
Escritor e poeta, João Tala é membro da União dos Escritores Angolanos (UEA), a sua poesia revela uma auspiciosa contribuição para a renovação e diversidade do discurso poético angolano, que caracterizou a geração da Novíssima Poesia Angolana. Iniciou a actividade literária na cidade do Huambo, tendo sido cofundador da Brigada Jovem de Literatura Alda Lara.