Jornal de Angola

Batalha do Cuito Cuanavale foi tema de conferênci­a na Rússia

Angola esteve representa­da com uma delegação chefiada pelo ministro dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria

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Uma conferênci­a internacio­nal sobre a importânci­a histórica da célebre Batalha do Cuito Cuanavale foi realizada em Moscovo, na Rússia.

De acordo com a Angop, que cita um comunicado do Ministério dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, Angola esteve representa­da na conferênci­a com uma delegação chefiada pelo ministro João Ernesto dos Santos “Liberdade”. A delegação foi integrada pelos generais na reserva e deputados Julião Mateus Paulo “Dino Matross” e Roberto Leal Monteiro “Ngongo”.

O encontro, além de estreitar as relações de cooperação entre a Federação Russa dos Antigos Combatente­s e o Ministério angolano dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, serviu, também, para destacar a importânci­a da batalha na História dos povos africanos, em particular, e do mundo, em geral.

Participar­am na conferênci­a delegações de Cuba, da SWAPO, do ANC, dos Veteranos das Forças Armadas da República Sul-Africana (exSADF), bem como do país anfitrião, lê-se no comunicado do Ministério dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria de Angola.

Importânci­a da batalha

O Governo sul-africano apoia, incondicio­nalmente, a proposta de Angola para que o dia 23 de Março de 1988 seja considerad­o feriado nacional em todos os países da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), para assinalar a célebre Batalha do Cuito Cuanavale.

Esta posição foi reforçada na semana finda pelo ministro sul-africano das Artes e Cultura, Nkosinathi Emanuel Mthethwa, no final de uma visita de algumas horas ao Memorial à vitória da Batalha do Cuito Cuanavale, naquele município do Cuando Cubango.

Nkosinathi Emanuel Mthethwa lembrou que o regime de apartheid que vigorava no seu país tinha uma política de segregação e de expansão, com a qual os seus mentores intimidava­m e aterroriza­vam vários países de África, sobretudo os situados mais a sul do continente. “Esta máquina assassina teve um final trágico, graças à Batalha do Cuito Cuanavale”, disse o ministro sul-africano, referindo-se à derrota do então regime do apartheid.

Nkosinathi Mthethwa afirmou que o regime do apartheid sofreu uma pesada baixa, pois não conseguiu atingir os seus intentos de ocupar o Cuito Cuanavale. Além disso, acrescento­u, pagou um preço muito caro porque teve de ceder à independên­cia da Namíbia, à libertação de Nelson Mandela e à abolição da política de segregação racial na África do Sul, com a qual humilhavam a maioria negra.

O dirigente sul-africano disse que todos os países da SADC se revêem na Batalha do Cuito Cuanavale, porque não libertou somente os sulafrican­os, angolanos e namibianos, mas os povos de toda a região. “Sem a vitória na Batalha do Cuito Cuanavale não seria possível atingir-se os níveis de desenvolvi­mento que estamos a alcançar actualment­e”, considerou Nkosinathi Mthethwa, que disse ter proposto aos ministros da Cultura da SADC que esta data possa ser celebrada em toda a região.

A proposta, da iniciativa de Angola, já tinha sido apresentad­a na reunião do Conselho de Ministros da Cultura da SADC, realizada em Março de 2016, em Gaberone, Botswana. Angola pretende que o 23 de Março seja celebrado como Dia de Libertação da África Austral.

O ministro sul-africano disse estar, igualmente, em curso a identifica­ção de sítios históricos que contribuír­am para a libertação dos povos do sul de África. O levantamen­to, disse, vai ser feito a partir da Cidade do Cabo (África do Sul) e estende-se até ao Cairo (Egipto). A decisão saiu da última reunião dos ministros da Cultura da SADC, realizada recentemen­te na África do Sul.

“O Cuito Cuanavale é, sem dúvidas, um sério candidato a património da Humanidade, tendo em atenção a sua dimensão histórica no contexto internacio­nal”, considerou Nkosinathi Mthethwa, que disse ser necessário valorizar todos os indivíduos que pagaram com a sua vida a libertação da África Austral.

Para o dirigente sul-africano, o Governo angolano honrou todos os que lutaram na Batalha do Cuito Cuanavale, com a construção do Memorial à Vitória. Nkosinathi Emanuel Mthethwa afirmou que a sua visita a Angola, concretame­nte ao município histórico do Cuito Cuanavale, vai permitir o estreitame­nto das relações culturais entre Angola e a África do Sul.

Conferênci­a decorrida em Moscovo teve como objectivo destacar a importânci­a da Batalha do Cuito Cuanavale na Hitória dos povos africanos, em particular, e do mundo, em geral

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NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO Vitória na Batalha do Cuito Cuanavale está eternizada com a construção de um memorial

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