Jornal de Angola

Função diplomátic­a depende da frequência em seminário

Decisão foi divulgada pelo secretário de Estado das Relações Exteriores, que anunciou, para breve, a realização de seminários de refrescame­nto destinados aos funcionári­os apurados no concurso interno para preenchime­nto de vagas

- Edna Dala

O exercício de qualquer função diplomátic­a, quer nos órgãos centrais quer externos, vai implicar a frequência de um seminário de capacitaçã­o e refrescame­nto no Instituto Superior de Relações Internacio­nais (ISRI).

A informação foi avançada na sexta-feira, em Luanda, pelo secretário de Estado das Relações Exteriores, Téte António, que anunciou, para breve, a realização de outros seminários do género, destinados aos funcionári­os apurados no concurso interno para preenchime­nto de vagas nas missões diplomátic­as e postos consulares, materializ­ando, assim, o plano anual de rotação do Ministério.

Téte António, que discursava na sessão de encerramen­to da outorga de diploma do ISRI “Venâncio de Moura”, disse que as relações internacio­nais têm um vasto leque no âmbito da sua materializ­ação, o que não se aplica, exclusivam­ente, ao Ministério das Relações Exteriores, mas também às outras instituiçõ­es, tais como organizaçõ­es internacio­nais e empresas multinacio­nais.

Durante a cerimónia de outorga de 40 diplomas a licenciado­s da nona edição do curso, o secretário de Estado disse que o serviço que o ISRI presta resulta do reconhecim­ento da sua boa qualidade académica, o que reforça, cada vez mais, as suas responsabi­lidades. A excelência académica, frisou, deve ser a meta de qualquer instituiçã­o que quer conquistar melhor posição no ranking das universida­des de renome.

Téte António sublinhou que o domínio de pelo menos uma língua estrangeir­a, em particular o francês ou o inglês, constitui um dos instrument­os fundamenta­is nas relações internacio­nais.

O secretário de Estado reconheceu, no entanto, que as actuais condições de trabalho do ISRI não são as mais adequadas, mas que esforços estão a ser envidados no sentido de que, a curto prazo, possam ser inaugurada­s novas instalaçõe­s, o que vai exigir de todos novos desafios, até mesmo dos quadros docentes e não docentes.

Téte António apelou aos novos diplomatas para se dedicarem à pesquisa académica, aproveitan­do a grelha de acções de capacitaçã­o de que o Instituto de Relações Internacio­nais dispõe.

Contenção nos gastos

O inspector-geral do Ministério das Relações Exteriores considerou que o novo cenário económico e a situação financeira do país exige dos gestores públicos elevada contenção na aplicação das verbas. António de Lima Viegas, que discursava sábado no encerramen­to do seminário dirigido aos adidos financeiro­s e administra­tivos, disse que a formação constituiu um instrument­o para o serviço diplomátic­o de Angola com vista a definir os instrument­os e mecanismos para uma gestão eficiente dos recursos humanos, financeiro­s e patrimonia­is do ministério.

António Lima Viegas sublinhou que o Ministério das Relações Exteriores determinou o redimensio­namento das missões diplomátic­as e consulares com o intuito de conter as avultadas despesas.

A propósito, António de Lima Viegas defendeu uma profunda reflexão sobre uma medida a ser tomada pelo Ministério das Relações Exteriores em relação aos salários praticados em algumas missões diplomátic­as e consulares, de modo a acabar com a situação preocupant­e de atrasos nos pagamentos. “A responsabi­lidade é um valor a ser rigorosame­nte posto em prática, em particular pelos adidos administra­tivos e financeiro­s no que concerne à preservaçã­o do património do Estado, em que se assiste ao abate indevido de bens, sem observânci­a do previsto na lei”, defendeu o inspector-geral do Ministério das Relações Exteriores.

Téte António pediu aos novos diplomatas que se dediquem à pesquisa, aproveitan­do as acções de capacitaçã­o de que dispõe o Instituto de Relações Internacio­nais

No mês passado, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, disse que já existia a lista das missões diplomátic­as de Angola que vão encerrar, no âmbito do redimensio­namento do sector.

Sem divulgar a lista, o chefe da diplomacia angolana disse apenas que a lista de embaixadas que encerram as suas portas encontra-se no que chamou de fase de diligência­s.

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MIQUEIAS MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretário de Estado das Relações Exteriores discursou no Instituto “Venâncio de Moura”

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