CARTAS DOS LEITORES
O nosso atletismo
Já muito se escreveu sobre o nosso atletismo e esta, seguramente, não vai ser a última vez que se escreve sobre essa importante modalidade. Apenas lembrar que no passado já tivemos nomes que dignificaram o país e locais apropriados para a prática do respectivo desporto. Apenas para referir que aqui na província da Huíla já foi um viveiro de onde saíram desportistas de renome, sobretudo de fundo e meio fundo.
Um dos grandes desafios que temos passa pela necessidade urgente de construção de infra-estruturas desportivas que sirvam o atletismo. Não se pode pensar ir longe em termos desportivos e no que ao atletismo diz respeito na medida em que não temos um única pista para a prática de atletismo, pelo menos em Luanda, a realidade que eu conheço. E numa altura em que decorrem os mundiais de atletismo, na cidade de Londres, fico muito triste ver internacionais de países aqui próximo de Angola sem que os nossos lá estejam para representar a nossa querida pátria. Acredito que temos potencial porque no passado figuras como João Ntyamba, Ana Isabel, apenas para citar estes, fizeram História no passado. Julgo que podemos ainda resgatar grande parte desse potencial que se perde em muitos jovens, em muitas localidades do país de Cabinda ao Cunene. Que é que está a faltar? Porque é que limitamos a prática do atletismo à realização da corrida de fim de ano, conhecida como São Silvestre. Julgo que as entidades que acompanharam o desabafo do antigo internacional Domingos Capindiça tenham a coragem de enfrentar este desafio para bem do nosso atletismo.
Esquadra móvel
Sou morador do bairro Malueca, aqui em Luanda e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar um bocado sobre policiamento, esquadras móveis e tranquilidade pública. Sei que muito já se escreveu sobre as esquadras móveis que, na minha modesta maneira de ver as coisas, deviam estar disseminadas um pouco por todos os bairros. Quer dizer sobretudo ali onde as condições assim o exijam. Podia se optar pelo patrulhamento apeado constante por forma a desencorajar os meliantes no exercício das suas actividades anti-sociais. Há bairros novos que surgem e se expandem a uma velocidade nem sempre acompanhada por serviços de entidades relevantes como a Polícia Nacional cuja tarefa de prover a ordem, segurança e tranquilidade públicas não tem substitutos directos. É verdade que não temos ainda um rácio agente da polícia por habitante que satisfaça, mas em todo o caso grande parte do papel da Polícia Nacional depende também do que as populações podem fazer.
Ao contrário do que muitos defendem, que a polícia deve fazer tudo para assegurar a ordem pública, na verdade, as populações e as pessoas individualmente podem também jogar um papel importante neste aspecto. Entendo que por mais que a Polícia Nacional desempenhe o papel que todos esperamos, não há dúvidas de que a colaboração popular, traduzida na participação regular, rigorosa e atempada, é quase sempre determinante.