Denunciado abusos graves a mulheres no Iraque
A Amnistia Internacional denunciou que as mulheres que vivem em campos de deslocados no Iraque são vítimas de coação e pressão para manterem relações sexuais a troco de dinheiro, ajuda humanitária e segurança.
A organização não-governamental refere abusos sexuais registados em oito campos de deslocados que foram visitados pelas equipas de investigação que elabora o relatório. “Os condenados: mulheres e crianças isoladas, encurraladas e exploradas no Iraque”.
Quatro mulheres contaram à Amnistia Internacional que presenciaram directamente actos de violação e que ouviram gritos de uma outra mulher que estava a ser violada no interior de uma tenda, por homens armados, membros da administração do campo e outros deslocados do sexo masculino. O grupo mais vulnerável nos campos de deslocados, segundo o relatório, são as mulheres e as crianças familiares ou que tenham tido ligações ao grupo radical Estado Islâmico.
De acordo com a Amnistia Internacional os responsáveis pelos campos de deslocados negam alimentos e cuidados médicos às mulheres e crianças que alegadamente tenham tido algum tipo de vínculo ao Estado Islâmico.
“A guerra contra o Estado Islâmico no Iraque pode ter terminado, mas o sofrimento da população iraquiana está longe de ter chegado ao fim. As mulheres e as crianças com supostas ligações ao Estado Islâmico estão a ser castigadas por crimes que não cometeram”, refere a directora para o Médio Oriente da Amnistia Internacional, Lynn Maalouf, através de um comunicado.
O relatório baseou-se em entrevistas efectuadas a 92 mulheres nos oito campos de deslocados no norte do Iraque. A equipa de investigação entrevistou também três dezenas de membros de organizações não-governamentais locais e internacionais presentes nos campos e nove funcionários e ex-funcionários das Nações Unidas.