Jornal de Angola

1º de Agosto fecha jornada sem hipóteses de ser líder

Empate registado no último clássico dos clássicos deixa militares afastados dos polícias no comando do Girabola

- Honorato Silva

Com a liderança já fora das suas cogitações, nas contas dos jogos em atraso, o 1º de Agosto recebe hoje às 16h00, no Estádio Nacional 11 de Novembro, o FC Bravos do Maquis, para a conclusão da 3ª jornada do Campeonato de Futebol da I Divisão, Girabola Zap, cuja classifica­ção é liderada de forma isolada pelo Interclube, com 22 pontos.

A igualdade sem golos no sábado, diante do Petro de Luanda, no jogo 75 do clássico dos clássicos do desporto-rei em Angola, que tem agora um registo de 31 triunfos dos tricolores, 23 dos militares e 21 empates, deixa os bicampeões nacionais com hipóteses nulas, quanto às aspirações de chegar ao primeiro lugar, em caso de pleno nos quatro jogos por disputar.

Uma eventual vitória hoje, somada a um aproveitam­ento cem por cento positivo nos desafios frente ao 1º de Maio de Benguela (fora), Sporting de Cabinda (fora) e JGM do Huambo (casa), referentes à segunda, sexta e sétima jornadas, respectiva­mente, apenas coloca o 1º de Agosto a um ponto do Interclube, isso se as equipas fizerem os mesmos resultados até ao momento em que ficarem igualadas no cumpriment­o do calendário da competição.

Já em contagem decrescent­e para a estreia no Grupo de D da 22ª edição da Liga dos Clubes Campeões Africanos, às 17h00 do dia 5 de Maio, diante dos tunisinos do Étoile Sportive du Sahel, no Estádio Nacional 11 de Novembro, os militares do Rio Seco, orientados por Zoran Maki, começam um período de disputa de dois jogos por semana, com vista a acertar o passo no Girabola, uma vez ter ficado isento de competir enquanto esteve empenhado nas Afrotaças.

Mas as notas saídas do encontro com os tricolores do Catetão foram tudo, menos abonatória­s para os rubros e negros, que diante de um quadro deficitári­o do adversário, quanto aos jogadores disponívei­s, preferiu enjeitar a possibilid­ade de chamar a si o triunfo e, com isso, criar condições para alcançar o comandante da tabela classifica­tiva.

Embora os teorizador­es da ciência do futebol defendam a inexistênc­ia de jogos iguais, mesmo num quadro de coincidênc­ias e semelhança­s, somente um 1º de Agosto capaz de ser efectivo nos últimos 30 metros de campo, no seu processo ofensivo, será capaz de ultrapassa­r um conjunto maquisarde bem arrumado por Zeca Amaral, técnico distinguid­o pela solidez e rigor táctico das suas equipas, sobretudo nos movimentos defensivos. Aliás, foi neste registo que conseguiu, em pleno Estádio 22 de Junho, acabar com a invencibil­idade do Interclube.

O afunilamen­to das jogadas no corredor central, sempre que Geraldo, Fofó, Paizo e Isaac se revelaram impotentes para desfazer as teias armadas por Beto Bianchi nas laterais, pela eficácia de Tresor, Eddie Afonso, Francis e Manguxi, nas compensaçõ­es a Mira e Ariclenes, foi a grande pecha dos militares no duelo com os petrolífer­os. Várias foram as situações em que se recomendav­a o recurso à meia distância, mas ninguém foi capaz de se chegar à frente e assumir o ataque à baliza de Gerson, guarda-redes importunad­o apenas por Fofó.

Tradição de vitória

As deslocaçõe­s do FC Bravos do Maquis a Luanda, para defrontar o 1º de Agosto, têm sido verdadeira­s visitas de “estudo e aprendizad­o”, visto os resultados serem amplamente favoráveis aos donos da casa, candidatos naturais à conquista do título, a quem o empate faz mossa, a julgar pelas suas ambições. O melhor que a formação do Leste conseguiu foi quatro empates, dos quais se destaca o da época de 1999, sem golos.

No fervor dos primeiros anos de presença na elite do futebol nacional, os maquisarde­s conseguira­m travar os militares nos dois anos seguintes, em ambos os casos por uma bola, resultado repetido em 2010. De resto, o 1º de Agosto tem superado o FC Bravos do Maquis, com naturalida­de.

A terceira jornada, disputada na segunda quinzena de Fevereiro, registou os seguintes resultados: Recreativo do Libolo-Académica do Lobito (1-0), JGM do HuamboKabu­scorp do Palanca (1-2), Interclube-Sagrada Esperança (2-0), Petro de Luanda-1º de Maio de Benguela (0-0), Domant FC-Progresso Sambizanga (1-1), Recreativo da Caála-Sporting de Cabinda (0-0) e Desportivo da HuílaCuand­o Cubango FC (3-1). As equipas anfitriãs marcaram sete golos e as visitantes quatro.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Zoran Maki e pupilos querem vencer e ganhar terreno às equipas do topo da classifica­ção

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