Jornal de Angola

Regras de Guardiola valem título ao City

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Para se ser campeão é preciso muito mais do que saber jogar e tentar (e conseguir) colocar a bola no fundo da rede. Ao longo de uma temporada muitos são os factores que fazem a balança pender para determinad­o lado e no Manchester City, que recentemen­te foi campeão, a situação não é diferente.

Com Pep Guardiola ao leme, muito mudou nos citizens, mudanças essas que levaram os milionário­s do Etihad à conquista do seu quinto título de campeão inglês.

A começar pelo balneário, que o catalão decidiu tornar circular, com a mensagem “Alguns nasceram, outros foram atraídos para cá, mas todos lhe chamamos casa” (frase do poeta Tony Walsh) inscrita na parede.

Para mais, e na sequência do ataque à bomba ocorrido no concerto de Ariana Grande em Maio de 2017 (espectácul­o ao qual a esposa e as filhas do técnico assistiam), o catalão decidiu cimentar ainda mais a ligação ao grupo, criando a tradição de tocar sempre a música “Wonderwall”, dos Oasis. O técnico queria que, com a frase inscrita no balneário e a música que tocava, os jogadores se sentissem inspirados, para eles sentirem aquilo que são para os adeptos.

No capítulo mental, Guardiola também decidiu pedir para que o sistema de WiFi fosse desactivad­o em certas zonas do centro de treinos, de modo a que os jogadores interajam entre si, em vez de estarem constantem­ente agarrados ao telemóvel. Tornou igualmente obrigatóri­o todos os seus jogadores saberem falar inglês de forma fluente, de forma a que o técnico apenas comunique numa língua a toda a equipa.

Essencial é também o aspecto alimentar. Implacável com jogadores que surgem com sobrepeso após as férias (que o diga Samir Nasri...), Guardiola recrutou uma nutricioni­sta da sua confiança para controlar todos os aspectos da nutrição dos seus futebolist­as, que após os encontros têm de jantar juntos, uma situação que por vezes também sucede antes dos treinos.

Mas a atenção ao detalhe chega naturalmen­te ao aspecto futebolíst­ico. Para lá da atenção incrível que é dada à relva (tem de ter uma altura máxima de 23 milímetros), o centro de treinos do City tem também um campo com marcações especifica­das no relvado da zona de cada jogador, de modo a que os futebolist­as tenham perfeita noção de quais os terrenos que devem pisar.

Pequenos detalhes que, parecendo mesmo isso - pequenos -, fazem muita diferença ao longo de uma temporada futebolíst­ica.

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