Angola bate à porta do FMI
Angola solicitou apoio ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para um programa não financiado para auxílio na implementação das medidas contidas no Programa de Estabilização Macroeconómica, iniciado em Janeiro do corrente ano, anunciou ontem o Ministério das Finanças. De acordo com um comunicado distribuído ontem à imprensa, o apoio solicitado pelo Executivo angolano no âmbito do Instrumento de Coordenação de Polí- ticas ( Policy Coordination Instrument- PCI em inglês) vai servir igualmente para o crescente aumento da credibilidade externa de Angola com efeitos positivos na captação de investimento directo estrangeiro. O programa foi sinalizado ontem em Washington na sequência da reunião entre a delegação angolana e diretor do Departamento de África do FMI, o economista etíope Abebe Selassie.
Angola solicitou o auxílio do FMI porque a sua economia vem experimentando desde o segundo semestre de 2014 um período económico e financeiro adverso, determinado por um choque externo que teve sérias implicações nas contas fiscais do País, na balança de pagamentos, no mercado cambial e na economia real. Para o Ministério das Finanças, o Executivo tem adoptado várias medidas de gestão conjuntural para amortecer os impactos do choque do preço do petróleo, nomeadamente de natureza fiscal, monetária e comercial, considerando necessárias outras acções estruturais e institucionais para o reforço da resiliência financeira e económica do país.
Angola participa nas reuniões de Primavera do FMI e Grupo do Banco Mundial que decorrem até domingo em Washington com uma delegação chefiada pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, e que integra também o governador do Banco Nacional de Angola, José Massano, entre outros.
Durante a estada na capital dos EUA, a missão angolana participará em eventos internacionais organizados por bancos de investimento e parceiros, nomeadamente os bancos VTB, HSBC, Deutche Bank e Goldman Sachs. Entre os investidores, encontramse alguns vinculados à próxima operação de emissão de obrigações do Estado nos mercados financeiros internacionais, dando continuidade e consolidando a curva de rendimentos dos títulos angolanos.
O Instrumento de Coordenação de Políticas (PCI) é uma ferramenta não financeira aberta a todos os mem- bros do Fundo Monetário Internacional (FMI). Permite assinalar compromisso com as reformas e catalisar o financiamento de outras fontes. O estabelecimento do PCI faz parte de um esforço amplo do Fundo para fortalecer a rede de segurança financeira global - uma rede de instrumentos de seguro e empréstimo que os países podem usar caso enfrentem uma crise.