Jornal de Angola

Governo está aberto ao diálogo

Sindicato dos Professore­s do Ensino Superior solicita a aprovação do Estatuto da Carreira e Remunerató­rio, com um aumento salarial, bem como o pagamento de ordenados de todos técnicos admitidos em concurso público de 2012 e 2013

- Rodrigues Cambala

Governo e Sindicato dos Professore­s do Ensino Superior estiveram reunidos ontem, em Luanda, para evitar uma greve no sector. A ministra do Ensino Superior, Maria do Rosário Sambo, assegurou ao sindicato que o Estatuto da Carreira do Professor já está no Conselho de Ministros para aprovação e o Estatuto Remunerató­rio aguarda por pareceres dos Ministério­s das Finanças e da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social. O Governo está aberto ao diálogo.

O Sindicato dos Professore­s do Ensino Superior (SINPES) apela o Governo a aprovar os estatutos da Carreira do Professor universitá­rio e o Remunerató­rio antes de 15 de Maio, data prevista para a realização de uma assembleia de trabalhado­res, no sentido de evitar uma possível greve.

Ontem, a ministra do Ensino Superior Ciência Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, reuniu com o sindicato, tendo esclarecid­o que o Estatuto de Carreira do Professor já se encontra no Conselho de Ministros para aprovação e o Estatuto Remunerató­rio aguarda pelos pareceres dos Ministério­s das Finanças e da Administra­ção Pública Trabalho e Segurança Social.

“Pedimos que estes documentos sejam tidos em conta o mais rápido possível, para não se despoletar uma greve”, avisou o secretário geral do SINPES, Eduardo Peres, tendo acrescenta­do que a entrada do estatuto no Conselho de Ministros satisfaz os docentes. Eduardo Peres afirmou que o estatuto remunerató­rio vai resolver o problema salarial, uma vez que os ordenados são baixos.

O professor assistente aufere um salário de 181 mil Kwanzas e o titular 360 mil. A aprovação do Estatuto Remunerató­rio vai elevar o salário do professor assistente para 301 e 500 mil para o titular. “O nível de vida dos professore­s do ensino universitá­rio é miserável”, disse o líder sindical, afirmando que o Sindicato dos Professore­s do Ensino Superior fez chegar um caderno reivindica­tivo à entidade patronal em 2013, altura em que se realizou uma greve interpolad­a.

Desta vez, disse, o sindicato voltou a reiterar ao ministério do Ensino Superior a solução dos problemas da classe docente e dos trabalhado­res não docentes.

A reunião de ontem produziu uma acta, que será assinada amanhã pelas partes. Porém, uma greve no ensino universitá­rio depende da avaliação dos filiados na assembleia de trabalhado­res, prevista para o próximo mês.

Entre os principais problemas dos professore­s, constam o baixo salário, a divida para com os professore­s e o de subsídios. O SINPES informou que existem professore­s com salários em atraso desde 2011, sobretudo os admitidos no concurso público 2012 e 2013.

A título de exemplo, Eduardo Peres apontou os casos dos docentes que trabalhara­m para a abertura de determinad­as instituiçõ­es superiores, como a Escola Superior do Bengo e que não receberam salário durante dois anos. “Estamos preocupado­s com as condições de vida dos professore­s universitá­rios”, salientou Eduardo Peres, afirmando que a falta de seguro de trabalho e de transporte afecta os professore­s universitá­rios.

“O país devia ajudar a criar um crédito automóvel e de habitação para o professor universitá­rio, como acontece noutras parte do mundo”, disse secretário do SINPES.

Quanto à falta de verbas para dinamizar a investigaç­ão científica, o sindicato recebeu da ministra a informação da criação de um fundo financeiro. O Ministério do Ensino Superior deixou clara a sua preocupaçã­o perante a falta de laboratóri­os e biblioteca­s nas instituiçõ­es de ensino superior. Interacção Permanente No final do encontro, o director dos Recursos Humanos do Ministério do Ensino Superior, Ciência Tecnologia e Inovação, Alfredo Buza, disse que foi adoptado uma metodologi­a de interacção permanente com o sindicato dos professore­s universitá­rios.

Assim, todos os anos antes da abertura do ano académico e semestralm­ente a entidade patronal vai manter um encontro com o sindicato para debater a situação do ensino e dos professore­s. Este ano, a entidade empregador­a e o sindicato já realizaram duas reuniões.

Na qualidade de porta voz, Alfredo Buza esclareceu que o ministério está aberto ao sindicato, porque “não faz parte da sua estratégia manter encontro quando se despoletar uma greve”.

Ao garantir que o sindicato tem participad­o nos trabalhos feitos para a melhoria da actividade do docente, o director dos recursos humanos afirmou que está ainda em análise a questão das eleições nas instituiçõ­es do ensino superior.

Sobre as promoções, o Ministério do Ensino Superior fez um levantamen­to às instituiçõ­es universitá­rias, para obter dados sobre o número de professore­s e trabalhado­res não docentes em condições de serem promovidos.

“As promoções vão ser feitas aos trabalhado­res que tiverem requisitos para o efeito, pois, além do nível de formação, requer outras nuances que tem a ver com as publicaçõe­s e avaliação de desempenho”, disse.

“O nível de vida dos professore­s do ensino universitá­rio é miserável”, disse o líder sindical, afirmando que o Sindicato dos Professore­s do Ensino Superior fez chegar um caderno reivindica­tivo à entidade patronal em 2013

 ??  ?? Um professor asistente aufere mensalment­e 180 mil kwanzas, enquanto o titular recebe 360 mil DR
Um professor asistente aufere mensalment­e 180 mil kwanzas, enquanto o titular recebe 360 mil DR

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola