Planeamento familiar tem falta de técnicos
Serviços de planeamento familiar dependem de vários sistemas de apoio, como de monitorização e avaliação
A falta de pessoal qualificado e um número reduzido de técnicos a nível do país nos serviços de planeamento familiar, constitui uma das maior dificuldades desta área, indica um relatório do Ministério da Saúde.
O relatório, baseado num estudo sobre a Estratégia Nacional de Planeamento Familiar no período 2017- 2021, refere que a carência de profissionais qualificados torna-se mais evidente à medida que mais unidades de saúde começam a disponibilizar serviços de planeamento familiar.
De acordo com o estudo, os profissionais de Saúde têm de possuir conhecimentos e competências necessárias para prestarem atendimento humanizado e informações correctas e detalhadas. Além disso, os utentes têm a oportunidade de escolher o método que corresponda às suas necessidades e que seja clinicamente apropriado.
O documento explica que existem métodos fáceis de proporcionar, podendo o pessoal auxiliar ser formado rapidamente para que detenha conhecimentos e competências.
Para funcionar de forma eficaz e eficiente, de acordo com o estudo, os serviços de planeamento familiar dependem de vários sistemas de apoio, pois cada um possui objectivos explícitos, procedimentos padrão, instrumentos, pessoal e enquadramento orçamental.
Nos sistemas de apoio incluem-se sistema de reforço das capacidades, formação, gestão de redes de abastecimentos, supervisão, informação, monitorização e avaliação.
Com o pleno funcionamento destes sistemas, esclarece o relatório, tornase possível a manutenção de determinado nível de qualidade dos serviços. O relatório refere que para que cada um destes sistemas forneça resultados esperados, o Programa de Planeamento Familiar tem de contar com profissionais de níveis apropriados de competências de gestão e com tempo suficiente para o desempenho das suas funções.
O documento do Ministério da Saúde considera complexa a tarefa de estabelecer uma estratégia de planeamento familiar abrangente em Angola e reconhece existirem dificuldades de natureza política, cultural e técnica que podem ser superadas se forem atribuídos recursos técnicos e financeiros nos diferentes níveis do sistema.
O estudo concluiu que a questão financeira e a escassez de recursos humanos qualificados, como a pouca capacidade de decisão por parte das mulheres, abaixo das condições de gestão dos produtos de saúde, reprodutiva e pouca prioridade no planeamento familiar estão na origem da intervenção-chave da redução da mortalidade materna infantil.
Carência de profissionais qualificados torna-se mais evidente à medida que mais unidades de saúde começam a disponibilizar serviços de planeamento familiar
O estudo aponta que Angola necessita de fortalecer a integração do Programa do Planeamento Familiar relativamente aos cuidados de atenção à mãe e à criança, no sentido de alargar o intervalo entre uma gravidez e outra. Esta constitui uma forma de contribuir para o desenvolvimento económico e social adaptado, no contexto da redução da drástica mortalidade e da morbilidade materna e infantil, atendendo o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
Tal pretensão, esclarece o relatório, só pode ser realizada através dos esforços concentrados e de investimentos significativos do Governo, dos doadores, ONG e de outras partes interessadas na melhoria da saúde reprodutiva e do bem-estar da população.
O estudo do Ministério da Saúde indica a tendência actual em Angola para se aumentar a disponibilidade de múltiplas opções de planeamento familiar deve ser expendida e acelerada, em particular para métodos de acção prolongada, como os dispositivos intrauterino e os implantes.
A Estratégia Nacional de Planeamento Familiar assenta em três objectivos estratégicos, sendo o aumento da disponibilidade e a qualidade dos serviços de planeamento familiar, assim como da procura de serviços e produtos de planeamento familiar.