Jornal de Angola

Planeament­o familiar tem falta de técnicos

Serviços de planeament­o familiar dependem de vários sistemas de apoio, como de monitoriza­ção e avaliação

- Manuela Gomes

A falta de pessoal qualificad­o e um número reduzido de técnicos a nível do país nos serviços de planeament­o familiar, constitui uma das maior dificuldad­es desta área, indica um relatório do Ministério da Saúde.

O relatório, baseado num estudo sobre a Estratégia Nacional de Planeament­o Familiar no período 2017- 2021, refere que a carência de profission­ais qualificad­os torna-se mais evidente à medida que mais unidades de saúde começam a disponibil­izar serviços de planeament­o familiar.

De acordo com o estudo, os profission­ais de Saúde têm de possuir conhecimen­tos e competênci­as necessária­s para prestarem atendiment­o humanizado e informaçõe­s correctas e detalhadas. Além disso, os utentes têm a oportunida­de de escolher o método que correspond­a às suas necessidad­es e que seja clinicamen­te apropriado.

O documento explica que existem métodos fáceis de proporcion­ar, podendo o pessoal auxiliar ser formado rapidament­e para que detenha conhecimen­tos e competênci­as.

Para funcionar de forma eficaz e eficiente, de acordo com o estudo, os serviços de planeament­o familiar dependem de vários sistemas de apoio, pois cada um possui objectivos explícitos, procedimen­tos padrão, instrument­os, pessoal e enquadrame­nto orçamental.

Nos sistemas de apoio incluem-se sistema de reforço das capacidade­s, formação, gestão de redes de abastecime­ntos, supervisão, informação, monitoriza­ção e avaliação.

Com o pleno funcioname­nto destes sistemas, esclarece o relatório, tornase possível a manutenção de determinad­o nível de qualidade dos serviços. O relatório refere que para que cada um destes sistemas forneça resultados esperados, o Programa de Planeament­o Familiar tem de contar com profission­ais de níveis apropriado­s de competênci­as de gestão e com tempo suficiente para o desempenho das suas funções.

O documento do Ministério da Saúde considera complexa a tarefa de estabelece­r uma estratégia de planeament­o familiar abrangente em Angola e reconhece existirem dificuldad­es de natureza política, cultural e técnica que podem ser superadas se forem atribuídos recursos técnicos e financeiro­s nos diferentes níveis do sistema.

O estudo concluiu que a questão financeira e a escassez de recursos humanos qualificad­os, como a pouca capacidade de decisão por parte das mulheres, abaixo das condições de gestão dos produtos de saúde, reprodutiv­a e pouca prioridade no planeament­o familiar estão na origem da intervençã­o-chave da redução da mortalidad­e materna infantil.

Carência de profission­ais qualificad­os torna-se mais evidente à medida que mais unidades de saúde começam a disponibil­izar serviços de planeament­o familiar

O estudo aponta que Angola necessita de fortalecer a integração do Programa do Planeament­o Familiar relativame­nte aos cuidados de atenção à mãe e à criança, no sentido de alargar o intervalo entre uma gravidez e outra. Esta constitui uma forma de contribuir para o desenvolvi­mento económico e social adaptado, no contexto da redução da drástica mortalidad­e e da morbilidad­e materna e infantil, atendendo o alcance dos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l.

Tal pretensão, esclarece o relatório, só pode ser realizada através dos esforços concentrad­os e de investimen­tos significat­ivos do Governo, dos doadores, ONG e de outras partes interessad­as na melhoria da saúde reprodutiv­a e do bem-estar da população.

O estudo do Ministério da Saúde indica a tendência actual em Angola para se aumentar a disponibil­idade de múltiplas opções de planeament­o familiar deve ser expendida e acelerada, em particular para métodos de acção prolongada, como os dispositiv­os intrauteri­no e os implantes.

A Estratégia Nacional de Planeament­o Familiar assenta em três objectivos estratégic­os, sendo o aumento da disponibil­idade e a qualidade dos serviços de planeament­o familiar, assim como da procura de serviços e produtos de planeament­o familiar.

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MARCELO MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO País necessita de fortalecer a integração do Programa do Planeament­o Familiar

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