Vida do combatente hoje em exposição
Patrono da Associação Tchiweka de Documentação, os feitos do nacionalista são recordados hoje por amigos, em Luanda
A Associaçao Tchiweka de Documentação (ATD) realiza, hoje, às 9h00, no Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, uma conferência e exposição fotográfica sobre a memória do seu patrono, Lucio Lara (Tchiweka), que em vida completaria este mês 89 anos.
A conferência, com o titulo “Lucio Lara: trajectoria de um combatente”, decorre até às 13h00 e inclui testemunhos de companheiros de Lucio Lara em diferentes fases da vida politica e duas comunicaçoes academicas sobre a vida do nacionalista angolano.
Além da conferência, é inaugurada uma exposiçao fotografica focando varios aspectos da vida de Lucio Lara (Tchiweka), nacionalista e revolucionario, secretário-geral do MPLA, lider parlamentar, e dirigente da luta de libertaçao nacional.
O acto abre com uma intervenção da directora da ATD, Rodeth Gil, seguida de testemunhos de companheiros de luta de Lúcio Lara, nomeadamente João Teta, José Condesse de Carvalho “Toka” e Lopo do Nascimento, sendo moderador Mbeto Traça.
A segunda sessão, sob o tema “Lúcio Lara: abordagens académicas”, tem como intervenientes Filipe Zau e Maria da Conceição Neto, e moderador Júlio de Almeida. A entrada é livre e há, também, exposição e venda de livros sobre a trajectória de Lúcio Lara, e outras publicações editadas pela Associaçao Tchiweka de Documentacao. e orais da luta de libertação na África Central e Austral.
Com o surgimento da Segunda República, Lúcio Lara, já fisicamente debilitado, decide, com a esposa Ruth Lara, proceder à organização e edição dos documentos. Ruth fez este trabalho tanto no país como no estrangeiro para onde, por questões de segurança, foi transferido grande parte dos documentos.
Em 1997, foi publicado “Um amplo movimento… Itinerário do MPLA através de documentos e anotações de Lúcio Lara (até Fevereiro 1961)”, volume primeiro de um previsto conjunto de três. O livro foi editado por Lúcio Lara e Ruth Lara, que assegurou todo o trabalho de organização, selecção, transcrição, tradução e digitação dos documentos. Por razões de doença e o prematuro falecimento de Ruth Lara, os projectos foram interrompidos.
Em 2003, embora a saúde de Lúcio Lara já não lhe permitisse contribuir como na edição do primeiro volume, foi decidido dar continuidade ao trabalho de salvaguarda, compilação e publicação dos documentos organizados e classificados por Lúcio Lara e Ruth Lara, assumido pela filha, Wanda Lara, cujo empenho total desde 2003, e com o apoio financeiro do GAS (Grupos África da Suécia) e do NAI (Nordic Africa Institute) permitiu apresentar ao público, em Outubro de 2008, mais dois volumes de documentos e fotografias, com cerca de 700 páginas cada um, correspondentes ao período compreendido entre 1961 e 1964.