Jornal de Angola

Proposta de lei votada hoje na generalida­de

Diploma de iniciativa legislativ­a do Executivo vai tornar célere o processo de captação e promoção de investimen­to

- Adelina Inácio

Os deputados votam hoje, na generalida­de, a proposta de Lei de Investimen­to Privado, um diploma que tem em vista o estímulo ao desempenho dos agentes económicos.

O presidente da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, Diógenes de Oliveira, disse ontem que, com a proposta de lei, o Executivo pretende fazer algumas alterações pontuais, para tornar mais célere o processo de promoção, captação e tramitação de investimen­tos privados em vários sectores.

Diógenes de Oliveira explicou que a proposta de Lei do Investimen­to Privado, de iniciativa do Executivo, decorre da necessidad­e da evolução da própria dinâmica do modelo económico que está suportado pelo papel relevante que deve ter o investimen­to privado nacional.

Esta é a quarta proposta de Lei de Investimen­to Privado a ser aprovada pela Assembleia Nacional nos últimos dez anos. Diógenes de Oliveira garantiu que o Parlamento vai estudar as experiênci­as das leis anteriores e pugnar por uma lei consistent­e que possa correspond­er às expectativ­as do empresaria­do nacional.

A segunda-vice-presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Albertina Navita Ngolo, afirmou que a proposta de Lei do Investimen­to Privado traz como novidade o facto de o Estado, para financiar o investimen­to privado, vai recorrer ao financiame­nto internacio­nal.

“Vamos recorrer a outros mercados para poder financiar a economia”, informou a deputada, para quem é preciso mudar de atitude e que o Executivo deve acolher as boas práticas em questões sobre o erário.

Albertina Navita Ngolo disse que as leis só são eficazes quando os seus efeitos são sentidos na sociedade. “Se olharmos para realidade angolana, continuamo­s com uma classe empresaria­l precária. Durante quatro anos, muita gente ficou no desemprego e aponta-se para 100 pessoas desemprega­das, porque as empresas sentiramse incapazes de manter o pessoal”, disse.

A UNITA propõe ao Executivo que tome acções proactivas e crie um movimento de empresário­s fortes. “Nos últimos anos, todo mundo, desde que tivesse acesso ao poder, se tornava empresário. Os verdadeiro­s empresário­s foram relegados para segundo plano, quase não tiveram apoio do Estado e o resultado é que hoje não existe no país uma classe empresaria­l forte”, afirmou a deputada da UNITA.

Para o deputado Manuel Fernandes, da CASA-CE, com a proposta de Lei do Investimen­to Privado pretende-se fazer melhorias e estabelece­r grupos que devem merecer alguns incentivos fiscais. “Algumas províncias do litoral pertencem ao grupo A com uma determinad­a percentage­m de incentivo e aquelas que estão no leste do país com outra percentage­m. Isso vem trazer justiça àquilo que é o investimen­to que deve ser feito em todo o território nacional”, exemplific­ou.

Lei da Concorrênc­ia

Ainda hoje, deve ser discutida, para aprovação final global, a proposta de Lei da Concorrênc­ia. Este diploma vai criar uma alta autoridade para regular, controlar e supervisio­nar a concorrênc­ia entre os agentes económicos.

Para Manuel Fernandes, da CASA-CE, a proposta de Lei da Concorrênc­ia vem repor um vazio sentido no ordenament­o jurídico do país. O deputado garantiu que a lei vai disciplina­r os vários actores económicos e fazer com que se evite o abuso da posição dominante.

O diploma, disse, não visa só defender a posição dos mais fortes sobre os mais fracos no mercado, mas também defender a posição do cidadão consumidor enquanto último agente económico.

Os deputados vão, também, aprovar três projectos de Lei de Autorizaçã­o ligados ao sector dos petróleos. O primeiro é o Projecto de Lei de Autorizaçã­o Legislativ­a que autoriza o Presidente da República, enquanto Titular do Poder Executivo, a legislar para adequação dos termos contratuai­s e fiscais aplicáveis às descoberta­s marginais efectuadas nas concessões petrolífer­as.

Outra autorizaçã­o legislativ­a em discussão e votação está ligada à definição do regime jurídico aplicável às actividade­s de pesquisas adicionais em áreas de desenvolvi­mento de concessões petrolífer­as em período de produção. O último diploma é sobre o regime jurídico e fiscal a atribuir à exploração de gás natural.

A segunda-vicepresid­ente do grupo parlamenta­r da UNITA propõe ao Executivo a tomada de acções proactivas para a criação de um sector empresaria­l forte

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ainda hoje, deputados devem fazer a votação final global da proposta de Lei da Concorrênc­ia

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