Jornal de Angola

Desempenho de três países afecta economia

Dados recentes apontam para um moderado fortalecim­ento do cresciment­o económico na África Subsaarian­a no início de 2018, de acordo com o novo “Africa’s Pulse” do Banco Mundial

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Estudo do Banco Mundial conclui que a retoma gradual do cresciment­o em Angola, Nigéria e África do Sul, as três maiores economias da região subsaarian­a, justificam o moderado cresciment­o na África Austral.

Na Etiópia, o cresciment­o vai permanecer elevado, com a continuaçã­o do investimen­to em infra-estruturas conduzido pelo Governo.

A autora do relatório e economista chefe do Banco Mundial, Punam ChuhanPole, disse ontem, durante a vídeo-conferênci­a transmitid­a, em separado, para grande parte dos países africanos, que para muitos países africanos, “a recuperaçã­o económica é vulnerável a flutuações nos preços e na produção de matérias-primas”. Punam Chuhan-Pole admitiu que “este facto sublinha a necessidad­e de os países criarem resiliênci­a, colocando as estratégia­s de diversific­ação no topo da sua agenda de políticas”.

Para já, a dívida pública, relativame­nte ao PIB (Produto Interno Bruto) “está a aumentar na região e a composição da dívida mudou, uma vez que os países se afastaram das tradiciona­is fontes de financiame­nto concepcion­al para outras baseadas no mercado”.

A actual publicação “Africa’s Pulse”avança que o aumento do peso da dívida e a crescente exposição aos riscos de mercado suscitam preocupaçõ­es quanto à sustentabi­lidade da dívida, tendo em atenção que em Março deste ano 18 países foram classifica­dos como de alto risco de sobre-endividame­nto, comparativ­amente a oito verificado­s no ano de 2013.

“Aderindo integralme­nte à tecnologia e alavancand­o a inovação, a África pode fomentar a produtivid­ade entre todos e em todos os sectores e acelerar o cresciment­o”, disse o economista chefe do Banco Mundial para a Região de África, Albert G. Zeufack, acrescenta­ndo que “houve retoma de cresciment­o na África Subsaarian­a, mas rápido o suficiente”, ainda que estejamos “longe dos níveis de cresciment­o registados no período anterior à crise”.

Para Albert Zeufack, “os governos africanos têm de acelerar e de aprofundar as reformas macroeconó­micas e estruturai­s, para se alcançarem níveis de cresciment­o altos e sustentado­s”.

Em linhas gerais, a publicação “Africa’s Pulse”, uma análise semestral do estado das economias africanas conduzida pelo Banco Mundial, lançada ontem, projecta que o cresciment­o na África Subsaarian­a atinja 3,1 por cento este ano e se situe numa média de 3,6 por cento entre 2019 e 2020.

Essas previsões de cresciment­o baseiam-se em expectativ­as segundo as quais os preços do petróleo e dos metais irão permanecer estáveis e que os governos da região irão implementa­r reformas para resolver os desequilíb­rios macroeconó­micos e impulsiona­r o investimen­to. A edição de Africa’s Pulse dá uma atenção especial ao papel da inovação na aceleração da electrific­ação da África Subsaarian­a e as suas implicaçõe­s na consecução de um cresciment­o económico inclusivo e na redução da pobreza.

O relatório conclui que a electrific­ação universal na África Subsaarian­a exigirá uma combinação de soluções envolvendo a rede nacional, assim como “mini-redes” e “micro-redes” servindo pequenas concentraç­ões de utilizador­es de electricid­ade e também sistemas independen­tes de dimensão doméstica. A melhoria da regulament­ação do sector da electricid­ade, assim como da gestão dos serviços de utilidade pública continua a ser decisiva para o sucesso.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Jornalista­s angolanos na vídeo-conferênci­a sobre o recente progresso e futuros desafios de África

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