Empresas belgas vendem químicos
A imprensa belga noticiou ontem que três empresas de Antuérpia exportaram para a Síria dezenas de toneladas de produtos químicos proibidos após o embargo da União Europeia de Setembro de 2012.
Segundo uma investigação feita por duas organizações não-governamentais (ONG), uma alemã e outra britânica, e noticiada pelo Le Soir e a revista Knack, três empresas belgas sediadas em Antuérpia (55 quilómetros a norte de Bruxelas) venderam à Síria e ao Líbano dezenas de toneladas de produtos químicos interditos pela Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ). As três empresas em causa são uma grossista de produtos químicos, um escritório que trata de questões administrativas e uma de logística, que transportava os contentores. De acordo com a investigação, estão em causa 24 exportações para a Síria e a Líbia, entre Maio de 2014 e Dezembro de 2016, incluindo 168 toneladas de isopropanol, 219 toneladas de acetona, 77 toneladas de metanol e 21 toneladas de diclorometano.
As substâncias em causa carecem, desde 2013, de autorização especial para serem exportadas e o isopropanol é um dos componentes do gás sarin, pelo que a ONG alemã Syrian Archive e a britânica Bellingcat questionam a quem se destinaram as exportações e para que fim.
As empresas em causa que foram já alvo de uma queixa das autoridades alfandegárias junto da justiça belga - esclarecereu à revista, por exportarem as substâncias em causa há já dez anos e nunca foram informadas da interdição. Os produtos foram vendidos a empresas privadas sírias e libanesas.