PERISCÓPIO Socorro, sra. ministra
O luandense tem, cada vez mais, dificuldade em definir e expressar o que lhe vai na alma face àquilo em que se transformou a capital devido à inoperância dos organismos que deviam zelar pelo seu bem-estar.
Aos que estão à frente daqueles organismos junto os que colaboram pelo silêncio. Neste grupo, junto os deputados da Assembleia Nacional. Não apenas os eleitos por Luanda que, por isso mesmo, têm responsabilidades acrescidas, mas os outros. Todos eles, afinal, vivem em Luanda. Se não vêem o que aqui se passa é por não quererem. E não venham com “desculpas de maus pagadores”. Como poucos, podem fazer ouvir a voz. Para deles fazerem a indignação do cidadão comum sobre o que se passa na capital, um “arquipélago de desmazelos”. Mas, provavelmente, estão a discutir marcas, modelos, cores dos carros que lhes são postos à disposição. Quiçá, roupas, perfumes, negócios. Da acção deles e daqueles postos em lugares por todas as razões, menos a da competência, pouco ou nada espero.
A minha esperança vai direitinha para a ministra da Saúde. Tem de ser ela a “dar o murro na mesa”, gritar “chega”. A explicar que de pouco valem campanhas de vacinação, aumento do número de estabelecimentos de saúde, médicos e outros técnicos do sector, enquanto não for resolvido o problema da higiene pública. Que não é somente de Luanda, mas é a ela que me refiro em particular. A recolha é feita quando calha e não raro a fingir. Faltam contentores, grande parte sem tampas. Por isso sobra lixo na companhia de moscas, ratos, todas as fontes de doenças. Que fazem encher hospitais e morgues. Socorra Luanda, senhora ministra.