Jornal de Angola

Brasil tem pouco controlo sobre forças de segurança

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A impunidade e a falta de controlo do Governo brasileiro sobre as forças de segurança representa­m um problema sério, segundo o relatório anual do Departamen­to de Direitos Humanos dos Estados Unidos publicado ontem.

“As autoridade­s civis do Brasil muitas vezes não mantiveram o controlo efectivo sobre as forças de segurança”, refere o Governo norte-americano na introdução da análise sobre o Brasil.

“O Governo brasileiro processou funcionári­os que cometeram abusos. No entanto, a impunidade e a falta de responsabi­lização pelas forças de segurança foi um problema e os processos judiciais ineficient­es atrasaram a Justiça, tanto para os perpetrado­res como para as vítimas”, acrescenta o documento.

A análise indica que não foram expostos relatos de assassinat­os no Brasil por motivos políticos apontados pelo Governo federal, mas foram denunciado­s homicídios por parte de membros das polícias. “Em alguns casos, a Polícia empregou força indiscrimi­nada. Foi difícil determinar a extensão do problema já que estatístic­as abrangente­s e confiáveis sobre assassinat­os por agentes das polícias não estavam disponívei­s”, refere a análise.

No relatório lê-se igualmente que “estatístic­as oficiais mostraram que a Polícia matou civis, mas não especifico­u se foi em legítima defesa”. Por exemplo, o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, uma entidade do Governo do Estado, informou que de Janeiro a Junho, a Polícia matou 581 civis em actos de resistênci­a no Estado do Rio de Janeiro.

A maioria destas mortes no Rio de Janeiro por polícias ocorreu, refere o documento, enquanto agentes de segurança realizavam operações contra grupos ligados ao narcotráfi­co nas cerca de 760 favelas do Rio de Janeiro, onde vivem cerca de 1,4 milhões de pessoas. Em São Paulo, o Estado mais rico do Brasil, a situação da violência é também muito grave.

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