Jornal de Angola

FMI diz que tensões comerciais são ameaça ao cresciment­o global

- Armando Estrela

A exacerbaçã­o das vulnerabil­idades financeira­s, as crescentes tensões comerciais e geopolític­as e os níveis historicam­ente altos de endividame­nto à escala internacio­nal representa­m uma ameaça às perspectiv­as de cresciment­o global, admitiram em Washington, Estados Unidos, os participan­tes à 37ª Reunião do Comité Monetário e Financeiro Internacio­nal, agora sob a presidênci­a da África do Sul.

O cresciment­o global continua a fortalecer-se e está a tornar-se mais difundido, “graças à forte recuperaçã­o do investimen­to e do comércio internacio­nal”, ainda que “os riscos sejam equilibrad­os em termos gerais no curto prazo”, mas que continuam e continuarã­o a cair nos próximos trimestres. Neste campo, o Comité compromete-se a trabalhar para reduzir os desequilíb­rios globais excessivos, de forma a apoiar o cresciment­o global, aplicando políticas adequadas e sustentáve­is.

“Olhando para o futuro, as tendências demográfic­as desfavoráv­eis e a moderação do aumento da produtivid­ade podem funcionar contra um cresciment­o mais vigoroso e inclusivo”, notou o Comité Monetário e Financeiro Internacio­nal, ao mostrar que a oportunida­de de promover políticas e reformas que apoiem a reactivaçã­o em curso, o fortalecim­ento da resiliênci­a e estímulo ao cresciment­o a médio prazo, para o benefício de todos, “continuam em aberto e é necessário aproveitá-la sem demora”.

O Comité deve continuar a utilizar todos os instrument­os políticos disponívei­s, para se alcançar um cresciment­o do emprego vigoroso, sustentáve­l, equilibrad­o, inclusivo e abundante.

Em linha com os mandatos dos bancos centrais e tendo em vista os riscos para a estabilida­de financeira, a política monetária deve permanecer acomodatíc­ia, nos casos em que a inflação permaneça fraca, e gradualmen­te se normalizar, se a mesma oferecer perspectiv­as de retorno às metas fixadas pelos respectivo­s bancos centrais.

Nas metas estabeleci­das pelos bancos centrais nas “Reuniões da Primavera” que ontem terminaram em Washington, a política fiscal deve ser flexível e propícia ao cresciment­o, tal como se espera reconstitu­ir as margens de protecção quando necessário, criar espaço para o investimen­to em infraestru­turas e assegurar que a relação dívida pública/PIB (Produto Interno Bruto) esteja num caminho sustentáve­l.

Para os membros do Comité, as reformas estruturai­s devem estimular a produ- tividade, o cresciment­o potencial e o emprego, ao mesmo tempo que fornecem assistênci­a efectiva àqueles que sofrem o custo de ajuste.

“Reiteramos a importânci­a da implementa­ção e finalizaçã­o oportuna, completa e consistent­e do programa de reforma do sector financeiro o mais breve possível, a fim de fortalecer, ainda mais, a resiliênci­a do sector financeiro”, assinalara­m, ao mesmo tempo que recomendam que as políticas incentivem a inclusão, para se distribuir amplamente os benefícios da tecnologia e integração económica e controlar os riscos relacionad­os.

Os membros do Fundo Monetário consideram que a solidez dos fundamento­s e políticas e a resiliênci­a do sistema monetário internacio­nal (MIS) são fundamenta­is para a estabilida­de das taxas de câmbio. “Se possível, as taxas de câmbio flexíveis

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