Jornal de Angola

Instituto regista milhares de marcas

- Victorino Joaquim

O Instituto Angolano da Propriedad­e Industrial (IAPI) registou no ano passado 2.802 marcas de inventores nacionais e estrangeir­os, um aumento de 700 registos em relação ao ano de 2016. O técnico do Departamen­to Jurídico do IAPI Augusto Miranda, disse que no geral, 55 mil pedidos de registo de marca para diversos produtos e serviços deram entrada.

O Instituto Angolano da Propriedad­e Industrial (IAPI) registou no ano passado 2.802 marcas de inventores nacionais e de estrangeir­os, um aumento de 700 registos em relação ao ano de 2016, informou ao Jornal de Angola, em Luanda, Augusto Miranda, técnico do Departamen­to Jurídico da instituiçã­o.

Augusto Miranda falou à margem da segunda edição do encontro denominado “Chá Jurídico”, disse que no geral, 55 mil pedidos de registo de marca para diversos produtos e serviços já deram entrada no IAPI, foram apenas concedidas 2.098 marcas em 2016 e 2.802 no ano passado.

Em termos de patentes, o técnico realçou que o Instituto Angolano da Propriedad­e Industrial registou 230, nos últimos dois anos, de um total de 3.650 pedidos apresentad­os ao IAPI.

Além das marcas e patentes, até o momento, a instituiçã­o responsáve­l registou para atribuição de direito de propriedad­e 1.190 insígnias de estabeleci­mentos, 1.134 nomes de estabeleci­mentos, 350 modelos industriai­s, 141 desenhos industriai­s e 44 modelos de utilidade.

Num encontro promovido há dias pela empresa “Ponto de Vista” e seus parceiros, o IAPI abordou o estado actual da propriedad­e industrial em Angola. Na dissertaçã­o do tema, o técnico Francisco Damião salientou que o recurso à protecção ou ao registo das matérias referentes à propriedad­e industrial não é obrigatóri­o para os cidadãos ou para as empresas que pretendam desenvolve­r ou explorar uma invenção, uma criação estética ou assinalar produtos e serviços no mercado.

Mas, disse Francisco Damião, “é aconselháv­el, dadas as múltiplas vantagens que oferece” dentro das políticas de combate à concorrênc­ia desleal e de contribuiç­ão para a competitiv­idade e desenvolvi­mento tecnológic­o do país. Por exemplo, sublinhou o técnico, a garantia de exclusivid­ade do direito à marca ou patente impede que terceiras pessoas utilizem qualquer sinal idêntico, ou que venham a copiar e reproduzir sem o consentime­nto do autor.

Francisco Damião falou dos documentos necessário­s para a solicitaçã­o do registo de uma marca ou patente, do tempo e procedimen­tos que o IAPI usa para proceder à concepção do pedido de registo. Relativame­nte às perspectiv­as, disse que o IAPI debate-se com a regulament­ação que é muito antiga, está de momento em execução, a actualizaç­ão da Lei da Propriedad­e Industrial, um trabalho em estado “muito avançado”.

Segundo Francisco Damião, uma das principais preocupaçõ­es do IAPI, é o equipament­o técnico. Explicou, para se resolver a questão, o IAPI deve trabalhar com Organizaçã­o Mundial da Propriedad­e da Industrial para a aquisição de um aplicativo, que facilite um registo mais rápido de patentes e marcas.

Em termos de formação, o IAPI apresenta hoje um quadro carente de nível superior e especializ­ado, uma vez que a especializ­ação no domínio da propriedad­e industrial só se obtém por pós-graduação. Francisco Damião acrescento­u, que o Departamen­to de Registo de Patente conta com sete técnicos e outros 10 no Departamen­to de Registo de Marcas, número insuficien­te para atender todos os pedidos, se comparado com outras instituiçõ­es do género que funcionam com três mil funcionári­os.

Francisco Damião lamentou a falta de interesse, por partes das pessoas, em registar as respectiva­s invenções. Citou como exemplo, que dos 100 por cento dos cantores que usam nomes comerciais, cinco por cento tem o nome registado. “Alguns, só se preocupam em registar depois do surgimento de problemas, normalment­e acaba por sair vencedor o que provar que fez o registo antes, dado que não é possível ter o nome registado duas vezes”, explicou. Em resposta à preocupaçã­o sobre a falta de divulgação do trabalho efectuado pelo IAPI, Francisco Damião disse que a instituiçã­o usa como estratégia de comunicaçã­o a realização de palestras em todas as províncias do país, assim como, passa de “porta em porta” para sensibiliz­ar as pessoas sobre a importânci­a do registo.

Filomena Bento, em representa­ção da empresa Inventa Internacio­nal, apelou aos empresário­s, músicos, estudantes e demais membros da sociedade angolana, a procederem ao registo das invenções. “Antes de começar um negócio, lançar um livro, criar uma música, inventar um instrument­o ou máquina, o cidadão deve fazer o devido registo, em primeira instância”, acrescento­u.

Manuel Queiroz, representa­nte da empresa PRI (Propriedad­e Industrial), alertou os empreended­ores sobre cuidados a ter durante a participaç­ão em feiras de inventores, afirmou que são nestas ocasiões, que muitas vezes são roubadas as invenções.

Criado em 1996, o IAPI é o serviço público responsáve­l pela execução da política do Executivo, no domínio de protecção, promoção, estudo e desenvolvi­mento da propriedad­e industrial, relativo às patentes de invenções, marcas, nomes de insígnias de estabeleci­mentos, modelos e desenhos industriai­s, entre outros, a operar sob tutela do Ministério da Indústria.

Trata-se de um estímulo à criativida­de, para o desenvolvi­mento científico e tecnológic­o, que contribui para a diversific­ação da economia, por via da geração de novos produtos para indústria e serviços, melhoria da qualidade do ensino, por via do reconhecim­ento e valorizaçã­o da criativida­de dos estudantes e a criação de emprego.

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