Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- CARLOS SACRAMENTO Catete CLÁUDIO FORTUNATO Viana OLGA TAVARES Sambizanga

Tapa buraco

Escrevo para o Jornal de Angola pela segunda ou terceira vez, salvo erro, e faço-o hoje para falar na necessidad­e do país criar uma estrutura, podia até ser privada, para lidar somente com os buracos nas estradas. Não sei se ao nível do Ministério da Construção, da Direcção Nacional de Viação e Trânsito, Instituto Nacional de Estradas ou que entidade, exactament­e, é que trata da manutenção das estradas. O país criou e continua a criar numerosas estruturas, comissões, empresas, para as mais variadas funções, mas parece estranho que não haja nenhuma para lidar com uma situação de extrema importânci­a. Se fôssemos rigorosos a medir os efeitos nefastos causados pelo estado das nossas estradas, não há dúvidas de que teríamos já envidado esforços no sentido da criação de uma estrutura. Não me refiro apenas do ponto de vista da sinistrali­dade rodoviária, que acaba por tirar a vida e tornar inválidos milhares de compatriot­as, mas também do ponto de vista do impacto sobre a vida económica. Já paramos para pensar o quanto custa aos empresário­s o tempo que se perde nas estradas por causa do seu estado que acarreta lentidão ao trânsito automóvel ? Mesmo dentro caso urbano, o trânsito, algumas vezes, deixa de estar fluído por conta de numerosos buracos na estradas. Urge criar uma estrutura em todo o país, se necessário nas grandes cidades onde a vida económica depende largamente do trânsito automóvel, para lidar com actividade­s de tapa buraco. Serviria como uma espécie de manutenção das estradas e sempre que, por algum motivo surgisse um buraco daria para impedir o seu alargament­o.

Recusa de casas

Há dias, ouvi que moradores de um edifício do centro de Luanda rejeitavam a sua transferên­cia para zonas cómodas fora do centro da cidade. Enquanto há angolanos sem casa e sonhar com uma moradia própria, há ainda quem recuse ser transferid­o, ainda mais por razões de segurança, para um local com condições. Embora alguns tenham se alegrado com a perspectiv­a de viverem relativame­nte distante dos seus afazeres e outras necessidad­es, atendendo que está em jogo a segurança, nada melhor que optar por esta última. Acho que as pessoas que recusam vão a tempo de reconsider­ar a decisão tomada porque, feitas as contas, não há casas no centro da cidade para aonde as mesmas podiam ir com condições normais.

Liquidez bancária

Escrevo para abordar uma das questões que se tem constituíd­o como verdadeira dor de cabeça dos bancos, a maka da reduzida liquidez das instituiçõ­es bancárias angolanas. Trata-se de uma situação crónica que não sei se tudo se deve à ausência de uma estratégia de captação de depósitos e outras medidas monetárias e cambiais do banco central. Mas urge reverter essa dor de cabeça das instituiçõ­es bancárias angolanas para que em termos económicos e financeiro­s o país tenha realmente rumo.

Embora alguns bancos tenham experiment­ado um aumento de activo líquido, nos últimos anos com a crise muitos bancos passaram a viver uma etapa do seu percurso, com dificuldad­es de liquidez. Alguns recorreram inclusive a tomada de liquidez no mercado monetário interbancá­rio para honrar a obrigação de reembolso do depósito dos clientes. Espero que o banco emissor seja capaz de ajudar a banca comercial porque esta última joga um papel importante na dinamizaçã­o da actividade económica e comercial do país. Os operadores económicos e comerciais encaram com muita preocupaçã­o o estado actual da banca em geral em Angola, numa altura em que, como indica, experiment­am largas dificuldad­es para a concessão de crédito ao investimen­to e mesmo ao consumo.

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