China e Rússia contra “sabotagem” do acordo
A China e a Rússia anunciaram que vão bloquear qualquer tentativa “para sabotar” o acordo nuclear com o Irão. A advertência foi feita ontem pelo chefe da diplomacia russa, numa altura em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaça retirar-se do pacto.
“Há tentativas de interferir na ordem internacional de que as Nações Unidas dependem”, disse Serguei Lavrov à imprensa após um encontro em Pequim com o homólogo chinês, Wang Yi.
O acordo nuclear, concluído em Julho de 2015 entre o Irão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido - e a Alemanha), é “um dos maiores êxitos da diplomacia internacional dos últimos anos” e “qualquer revisão deste documento é inaceitável”, acrescentou o ministro russo.
“Afirmamos claramente, em concertação com a China, que bloquearemos todas as tentativas de sabotar este acordo, que foi aprovado (no quadro de) uma resolução da ONU”, disse. Donald Trump quer que, até 12 de Maio, os aliados se entendam com o Irão quanto à forma como ultrapassar “as terríveis lacunas” do texto.
Trump quer mais inspecções e, sobretudo, a eliminação dos prazos impostos a Teerão em relação ao programa nuclear, que expiram em 2025 e em 2030. Para os europeus, o acordo de 2015 continua a ser o melhor instrumento para impedir o Irão de retomar a vertente militar do programa.
O acordo com o Irão é um dos temas da visita do Presidente francês, Emmanuel Macron, aos Estados Unidos, esta semana. Macron deverá pedir a Trump que se mantenha no acordo porque não há “uma opção melhor” e, nesta altura, “não há um plano B”, segundo explicou numa entrevista à estação de televisão norte-americana Fox News.