Rainha de eSwatini aprecia esculturas
A rainha de eSwatini, Inkhosikati Make Mahlangu, visitou ontem o Museu Nacional de Antropologia em Luanda, acompanhada pela ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, que considerou o acto bastante expressivo, em termos do estreitamento das relações entre Angola e a eSwatini.
A ministra destacou o facto de a esposa do rei de eSwatini ter ficado impressionada com a história cultural do nosso país, particularmente as danças de diferentes regiões, tendo identificado traços comuns que permitem a troca de experiências no âmbito cultural. A visitante percorreu as diferentes salas e galerias que albergam milhares de peças, que retratam aspectos vários das diferentes comunidades tradicionais do país, e recebeu explicações do director do museu.
O Museu Nacional de Antropologia recebe, em média, 1200 visitantes por mês. O acervo é constituído, maioritariamente, por peças etnográficas dos grupos etnolinguísticos: bakongo, ovimbundu, ambundu, lunda cokwe e nyaneka umbi.
As colecções descrevem as principais actividades sociais, culturais, religiosas, políticas e militares das comunidades tradicionais.
Do acervo, destacamse as peças sobre a vida doméstica, poder tradicional (actividade dos sobas), vestuário e acessórios e instrumentos musicais (batuques e ritmos).
O director, Álvaro Jorge, informou que a instituição não tem capacidade para mostrar em exposição as seis mil peças que formam o acervo devido à falta de espaço. O responsável disse que das 6 mil peças museológicas apenas 150 estão à disposição dos visitantes, quer em exposições itinerantes, quer em temporárias, distribuídas em cinco das 14 salas que compõem o museu.
Historiador de formação, o director deu a conhecer a existência de mais de 5.800 peças conservadas no depósito. Nove salas estão inoperantes, aguardam obras de restauro, o que reduziu a capacidade do museu nos anos anteriores, o que permitia albergar todas as peças da instituição.
Álvaro Jorge defendeu a necessidade de se restaurar todas as salas, com a instalação de novos equipamentos, melhorar a cenografia. “Cada peça representa o modo de vida de uma comunidade e o importante é que os especialistas acedam ao depósito para que possam realizar estudos das peças”.
O Museu Nacional de Antropologia, construído no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento 2013/2017, com recurso ao investimento público, tem três pisos, está instalado num edifício do Século XVIII, de estilo palaciano, com níveis de pavimentação diferenciados, construído com pedra e cal, na parte mais antiga, e tijolo e cimento na parte norte do edifício.
Criado no dia 13 de Novembro de 1976, o Museu Nacional de Antropologia tem por missão assegurar a preservação do acervo etnográfico e antropológico da memória colectiva do povo angolano, além da investigação, recolha e exposição do mesmo para o usufruto público.