Governador nega desvio de dinheiro da Educação
Marcelino Tyipingue confirmou que, após o pagamento aos professores, o resto foipara a compra de laboratórios
O governador da província da Huíla, Marcelino Tyipinge, declarou, terçafeira, na cidade do Lubango, não ter havido nenhum desvio de dinheiro que se destinava ao pagamento de subsídios a professores e garantiu que o processo foi desenvolvido com transparência.
O governador recebeu, na terçafeira, a comunicação social para desmentir notícias que foram divulgadas de que o director provincial da Huíla da Educação teria desviado fundos públicos que eram destinados ao pagamento de subsídios a professores.
O dinheiro dado aos professores não é de salário, mas sim referente ao pagamento de subsídios, de colaboração e exames, e à correcção de diferenças salariais para os que têm cargos de direcção e chefia, explicou o governador da província da Huíla.
Estavam nesta condição, numa primeira fase, cerca de 3.540 professores, número que aumentou mais tarde para 3.573, depois do surgimento de 33 reclamações. O processo de levantamento do número de professores foi feito pela Direcção Provincial da Huíla da Educação com o apoio do Sindicato Nacional dos Professores (SINPROP), assegurou o governador Marcelino Tyipinge.
No final de 2014, foi produzido um relatório, por via do qual foi recomendado aos professores para constituírem processos individuais. Além disso, foi também produzido, mais tarde, um comunicado destinado aos reclamantes para o completamento dos seus processos individuais.
“Não obstante a orientação das direcções de escolas, até hoje, ainda se verifica atraso na constituição de processos por parte de professores que se encontravam nesta condição”, explicou o governador, que disse ter sido este o “grande problema”.
“Esses professores andaram onde?", interrogou-se o governador, referindose aos 33 docentes que reclamaram, depois de ter sido feito o levantamento do número de 3.540 professores.
“Suponho que estes quadros sejam aqueles que nunca estiveram nos seus postos", admitiu o governador, lembrando que “o comunicado na altura foi amplamente divulgado”.
As reclamações, no entender do governador da província da Huíla, não podem ser feitas por intermédio de "amigos ou de jornalistas", mas sim junto dos organismos competentes para darem solução ao problema.
No encontro com jornalistas, o governador confirmou que o dinheiro, depois de ter sido alocado, foi transferido para contas de empresas privadas de confiança do Governo Provincial da Huíla, uma decisão dada pelo próprio governador à Direcção Provincial da Huíla da Educação, para que o dinheiro não regressasse aos cofres do Estado, já que se aproximava o fim do exercício económico anual.
Governador confirmou que o dinheiro, depois de ter sido alocado, foi transferido para contas de empresas privadas de confiança do Governo Provincial da Huíla
O dinheiro ficou à guarda de “empresas de confiança do Governo Provincial da Huíla” até à altura em que foi feita a entrega da lista dos beneficiários para o respectivo pagamento, salientou o governador Marcelino Tyipinge, lembrando ter sido depois criada uma comissão, coordenada pelo delegado provincial das Finanças e integrada pela direcção provincial da Educação e pela Inspecção do Governo Provincial da Huíla, um facto ilustrativo da “transparência do processo”.
O dinheiro que sobrou, depois do pagamento dos subsídios, está estimado em cerca de 200 milhões de kwanzas, montante que ficou à disposição do Governo da Província da Huíla, com o qual resolveu alguns problemas do sector da Educação. "O remanescente não é dos professores, mas sim do Estado", afirmou o governador Marcelino Tyipinge, declarando que “o valor que sobrou serviu para outros interesses também do Estado”.
O remanescente serviu para a compra de 22 laboratórios escolares para as disciplinas de Biologia, Química e Física, cujos beneficiários são escolas do I e II ciclos do ensino secundário e institutos médios politécnicos.