Oposição espera separação entre o Estado e o partido
A decisão do presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, de abandonar a presidência do partido no próximo mês de Setembro, é uma demonstração de que pretende cumprir com a promessa de deixar a vida política activa em 2018, disse ontem o deputado do PRS, Benedito Daniel, ao Jornal de Angola.
A mesma visão tem o deputado da UNITA, Raul Danda, que também prestou declarações ao nosso jornal a propósito do anúncio da realização de um congresso extraordinário, em Setembro, que vai eleger outro presidente do MPLA.
Benedito Daniel disse que o povo angolano esperava por esta decisão para acabar com a bicefalia no seio daquele partido, que por sua vez impedia o Presidente da República, João Lourenço, dirigir de “forma tranquila” e sem interferência de outros poderes a nível da própria formação política.
O deputado do PRS declarou esperar que o Presidente da República, quando assumir a liderança do partido, saiba governar o país, tendo em conta a separação de poderes.
Raul Danda, da UNITA, afirmou ser contra a acumulação de poderes por entender que isso impossibilita o Presidente da República de dar tratamento igual a todos os angolanos. Apesar disso, o também vice-presidente do maior partido da oposição espera que João Lourenço seja o Presidente de todos os angolanos, tal como prometeu.
O deputado da CASA-CE Lindo Bernardo Tito disse que em Angola, por ter uma democracia recente, não é aconselhável, nem lógico que o Presidente da República seja simultaneamente presidente de um partido. Quando isso acontece, justificou, há má governação do Estado.
O ideal, no seu ponto de vista, é a separação de poderes, para despartidarizar o Estado e garantir o equilíbrio e a equidistância necessária na governação do país.