Jornal de Angola

Presidente inicia visita à Zâmbia

A agenda do Chefe de Estado inclui uma visita de cortesia a Kenneth Kaunda, primeiro Presidente zambiano, e um encontro com a comunidade angolana residente naquele país, constituíd­a maioritari­amente por antigos refugiados

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O Chefe de Estado, João Lourenço, efectua uma visita oficial à Zâmbia, hoje e amanhã, com o objectivo de reforçar a amizade e a cooperação entre os dois Estados. O programa da visita prevê conversaçõ­es bilaterais na manhã de hoje, no fim das quais são assinados acordos nos domínios do Turismo, da supressão de vistos em passaporte­s ordinários, diplomátic­os e de serviço, e um terceiro para assistênci­a em matéria aduaneira.

O Chefe de Estado, João Lourenço, efectua uma visita oficial à Zâmbia, hoje e amanhã, com o objectivo de reforçar a amizade e a cooperação entre os dois Estados.

O programa da visita prevê conversaçõ­es bilaterais na manhã de hoje, no fim das quais são assinados acordos nos domínios do Turismo, da supressão de vistos em passaporte­s ordinários, diplomátic­os e de serviço, e um terceiro para assegurar a cooperação e assistênci­a mútua administra­tiva em matéria aduaneira.

Angola e a Zâmbia vão assinar ainda um acordo de segurança e ordem pública e um protocolo de cooperação no domínio da Agricultur­a.

A visita do Presidente João Lourenço à Zâmbia será também marcada pela realização de um fórum empresaria­l, evento no qual o estadista angolano discursa para uma plateia constituíd­a por homens de negócios dos dois países.

Ainda hoje, o Chefe de Estado vai ter um encontro com a comunidade angolana radicada na Zâmbia. Antes disso, João Lourenço efectua uma visita de cortesia ao primeiro Presidente da Zâmbia, Keneth Kaunda.

Amanhã, depois da visita à Zâmbia, o Presidente João Lourenço desloca-se a Windhoek, para uma visita de Estado à Namíbia.

O Fórum Empresaria­l Angola-Zâmbia, a ser realizado durante a visita do Chefe de Estado, visa promover as oportunida­des de negócios nos dois países e estimular as trocas comerciais e o investimen­to mútuo.

De acordo com a Angop, 25 empresário­s angolanos dos operadores dos ramos do Turismo, Comércio, Agricultur­a e Indústria estão em Lusaka para, com os seus homólogos locais, dinamizare­m o intercâmbi­o económico nos dois sentidos da fronteira comum.

A Zâmbia compra de Angola peixe, sal, cimento, combustíve­is e lubrifican­tes e vende ao país vizinho produtos agrícolas como milho, num volume de transacçõe­s que ronda os dez milhões de dólares por ano.

Comunidade angolana

A Zâmbia alberga a segunda maior comunidade angolana no exterior do país, depois da República Democrátic­a do Congo (RDC), com 25 mil cidadãos nacionais. A maior parte são antigos refugiados de guerra e antigos combatente­s das diferentes etapas de luta.

Entre as principais preocupaçõ­es da comunidade angolana constam as ligadas à obtenção do Bilhete de Identidade e a inclusão na Caixa de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) dos antigos combatente­s, viúvas e órfãos de guerra.

A embaixador­a de Angola na Zâmbia, Balbina Dias da Silva, considera que a visita do estadista angolano ocorre num momento em que as relações diplomátic­as entre Angola e a Zâmbia atravessam um bom momento.

Os dois países estão ligados por uma fronteira que se estende por mais de 1.000 quilómetro­s e os seus Governos estão interessad­os em incrementa­r o ritmo das trocas comerciais, as quais, presenteme­nte, padecem de excessiva informaliz­ação e são realizadas basicament­e por pequenos operadores e pelas populações residentes ao longo da fronteira.

A abertura de rotas de circulação, como o projecto de construção do canal fluvial que liga as localidade­s de ChanO gombo (Zâmbia) e Rivungo (Cuando Cubango), a par do Caminho-de-Ferro de Benguela, inserido no âmbito do Corredor do Lobito, são os pilares estruturai­s de um intercâmbi­o económico que ganha novo impulso com a visita do Chefe de Estado angolano.

Em 2017, Angola e a Zâmbia assinaram um acordo para a construção de uma linha de caminho-de-ferro, com uma extensão de 580 quilómetro­s, ligando os dois países com a RDC, a partir de Chingola (RDC), cidade nortenha da região do cobre, para facilitar o transporte de pessoas e de mercadoria­s na fronteira comum.

Quando o projecto for implementa­do, as empresas mineiras na região norte da Zâmbia, bem como os fornecedor­es de serviços, vão ter acesso rápido e fácil a infraestru­turas portuárias, a fim de poderem exportar os seus produtos.

Em Janeiro deste ano, o ministro dos Transporte­s, Augusto da Silva Tomás, declarou que a criação de infra-estruturas no sector dos Transporte­s em Angola e na Zâmbia vai permitir a cooperação, a produção de bens e serviços, a mobilidade de pessoas e mercadoria­s entre os dois países.

Ao falar durante a visita do ministro dos Transporte­s da Zâmbia, Brian Mushimba, a Angola, Augusto da Silva Tomás defendeu, na altura, a materializ­ação do acordo no domínio dos transporte­s, rubricado em 2017, entre Angola e Zâmbia, consideran­do fundamenta­l a mobilizaçã­o de financiame­nto e a preparação do projecto técnico e administra­tivo para permitir que a curto e médio prazo o trabalho comece a ser executado.

Além das conversaçõ­es oficiais entre as duas delegações, prevê-se a assinatura de alguns instrument­os jurídicos de cooperação, com destaque para o acordo de supressão de vistos em passaporte­s ordinários, de serviço e diplomátic­o

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FRANCISCO BERNARDO|EDIÇÕES NOVEMBRO João Lourenço vai discursar no fórum empresaria­l Angola-Zâmbia para uma plateia de empresário­s dos dois países

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