Jornal de Angola

Angola e Cabo Verde vão facilitar viagens

Ulisses Correia e Silva anunciou a vinda do vice-primeiromi­nistro para identifica­r áreas de cooperação económica

- João Dias

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, confirmou ontem que a isenção de vistos em passaporte­s ordinários entre Angola e o seu país vai ser concretiza­da em breve.

Em declaraçõe­s à imprensa, no Aeroporto Internacio­nal 4 de Fevereiro, no termo da visita oficial que efectuou a Angola desde 28 de Abril, o primeiro-ministro de Cabo Verde fez um balanço positivo das actividade­s que desenvolve­u em Luanda, desde as conversaçõ­es de alto nível, o encontro com o Presidente João Lourenço, à assinatura do acordo de cooperação no domínio da administra­ção autárquica.

“Ao mais alto nível, com o Presidente da República, este compromiss­o está assumido”, disse, referindo-se à expectativ­a na isenção de vistos em passaporte­s ordinários.

O assunto foi discutido segunda-feira nas conversaçõ­es oficiais no Palácio Presidenci­al, e ficou acertado que os técnicos dos dois países vão aprimorar os últimos aspectos para que a isenção de vistos ocorra ainda este ano.

“Avaliamos muito positivame­nte a iniciativa do Executivo angolano na isenção de vistos para cidadãos cabo-verdianos e também a iniciativa na regulariza­ção da situação dos cabo-verdianos residentes em Angola. Temos 100 por cento de situações regulariza­das em termos de residência e há aqui uma perspectiv­a muito boa para o futuro”, disse.

Relativame­nte aos transporte­s aéreos e marítimos, Ulisses Correia e Silva assinalou que houve, durante as conversaçõ­es, indicações que demonstram a necessidad­e de avançar, no sentido de criar-se complement­ariedades no sector aéreo entre a Cabo Verde Airlines TACV e a companhia de bandeira de Angola TAAG e no marítimo, para explorar todas as potenciali­dades que existem, quer no plano da formação, quer numa maior integração dos mercados.

Parceria estratégic­a

O primeiro-ministro de Cabo Verde disse que é possível elevar as relações de cooperação entre o seu país e Angola para patamares mais altos, com realce para uma parceria estratégic­a para lá do que tem sido até agora a parceria tradiciona­l.

Ulisses Correia e Silva lembrou que foi sempre intenção do seu Governo elevar o nível da cooperação com Angola a patamares mais altos, colocando-a ao nível de uma parceria estratégic­a. Na sua visão, é possível ir além daquilo que tem sido a parceria tradiciona­l, o que se reflectiu na tomada de decisões importante­s, conforme o espelhou o processo verbal, lido ontem pelo ministro angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto.

Para o primeiro-ministro de Cabo Verde, este documento define e especifica as áreas de intervençã­o que os dois países devem seguir desde a cooperação económico-empresaria­l para investimen­tos e estimular para lá do que já existe hoje. “Mais do que isso, queremos concretiza­r um conjunto de oportunida­des e apresentar aos parceiros angolanos desafios importante­s e é por isso que o vice-primeiro-ministro, que é também ministro das Finanças, virá a Angola em breve”, prometeu.

Gestão autárquica

Ulisses Correia e Silva voltou a tecer consideraç­ões sobre a cooperação no domínio da administra­ção autárquica, já que Cabo Verde tem uma assinaláve­l experiênci­a nesta área desde 1991. Foi a partir desta altura que Cabo Verde deu os primeiros passos nesta matéria e conseguiu montar um sistema de gestão autárquica que, até hoje, tem surtido efeitos positivos a nível dos conselhos e tem também dado impulso ao desenvolvi­mento do país.

Relativame­nte ao intercâmbi­o com Angola, o chefe de Governo lembrou que a cooperação no domínio autárquico vai basear-se na componente da formação, principalm­ente a contar com um sistema que envolve as universida­des e institutos que ministram formação desde a liderança até às questões relacionad­as com a gestão administra­tiva, financeira e jurídica.

Além disso, Cabo Verde pretende mostrar a Angola toda a arquitectu­ra que conseguiu montar em relação às autarquias e o modo como se tornaram sustentáve­is.

O primeiromi­nistro de Cabo Verde fez um balanço positivo das actividade­s que desenvolve­u em Luanda desde as conversaçõ­es de alto nível e o encontro com o Presidente João Lourenço

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Primeiro-ministro cabo-verdiano reconhece que é possível elevar as relações de cooperação

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