Fronteiras abertas são um marco no reforço das relações bilaterais
acordo de supressão de vistos vai capitalizar a visita de Estado que o Presidente João Lourenço efectua hoje e amanhã à Zâmbia.
Os assuntos a serem abordados durante a visita incluem abordagens à volta do reforço das relações político-económicas, da situação aduaneira e da paz e segurança na região austral do continente africano. As relações políticas entre os dois países são consideradas excelentes. É nesta perspectiva que se enquadra o facto de o Presidente Edgar Lungu ter comutado, em 2015, as penas de prisão perpétua de angolanos condenados no país para 20 anos de reclusão.
Em 2009, foi assinado um acordo entre os dois Governos sobre a troca de prisioneiros.Um Memorando de Colaboração sobre “uma parceria para a saúde e bemestar” foi rubricado em Janeiro deste ano entre as autoridades dos dois países, tendo como signatários a ministra Sílvia Lutucuta, por Angola, e Chitalu Chilufya, pela Zâmbia.
O memorando prevê a troca de informações regulares, no que toca a ocorrência de surtos epidémicos em regiões limítrofes à fronteira comum; o desencadeamento de programas de educação para a saúde, através de campanhas de sensibilização nas regiões vizinhas, além de acções de maior controlo, no domínio do comércio transfronteiriço.
Em relação às relações económicas, espera-se que ganhem ímpeto quando entrar em funcionamento o ramal que liga a localidade fronteiriça de Jimbe, província do noroeste da Zâmbia, ao Caminho-de-Ferro de Benguela a partir do Luau.
Esta acção vai fazer com que as exportações de cobre sejam mais profícuas, assim como os demais produtos que a Zâmbia produz, nomeadamente o milho, tabaco, açúcar, sementes e ração animal e vai facilitar a circulação de pessoas e bens.
Actualmente, estas operações são feitas pelo porto de Dar-es-Salam (Tanzânia), e de Durban (África do Sul), o que as torna bastante onerosas.
O reforço das relações comerciais entre Angola e Zâmbia passa pelo funcionamento pleno do Corredor do Lobito. O Corredor parte do Porto do Lobito e atravessa o território angolano em direcção à “Cintura do cobre” (Copperbelt), que abrange as regiões mineiras do Katanga (RDC) e da Zâmbia.
Em 1974, o CFB transportava 90 por cento das mercadorias diversas que vinham daqueles países, num total de 10 milhões de toneladas por ano.
As principais infra-estruturas de transporte que integram o Corredor do Lobito são o Porto do Lobito, Caminho-de-Ferro de Benguela, Aeroporto Internacional da Catumbela.
Constitui o eixo de exportação mais económico para os minérios da Zâmbia e da RDC para a Europa e a América, assim como a importação de mercadorias.
Angola e Zâmbia partilham mais de mil quilómetros de fronteira.