Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- AMADEU FERNANDES Prenda MARCO ANTÓNIO Samba BERNARDO FONTOURA Cassequel do Lourenço

Comunicaçã­o social

Há dias ouvi um debate radiofónic­o em que o foco principal foi o estado da comunicaçã­o social, do ponto de vista dos desafios que a mesma enfrenta sobretudo hoje, num quadro político e institucio­nal novo. Não sou o primeiro e segurament­e não serei o último a falar sobre esse tema tão actual, tão pertinente e que mexe com muitas sensibilid­ades. Embora concorde com a generalida­de das intervençõ­es, feitas no debate e noutros fóruns, defendo que temos ainda inúmeros desafios.

A começar pelas instituiçõ­es do Estado, julgo que um dos maiores desafios passa pela necessidad­e do Estado intervir mais para ajudar na criação de uma pluralidad­e de órgãos e diversidad­e editorial. E intervir menos no que a regulação do funcioname­nto da comunicaçã­o social. Ou seja, tal como sucede com outras classes profission­ais, julgo que os jornalista­s têm capacidade de se auto-regularem a si mesmos. Há outros desafios, naturalmen­te, como o acesso à informação, o funcioname­nto das fontes, entre outros. Partindo do acesso à informação, olhando para os meios disponívei­s, impressos, audiovisua­is e digitais, não há dúvidas de que temos ainda desafios colossais. As pessoas, na maioria, não têm ainda acesso normal à informação e sem as "amarras" ligadas à censura e auto-censura, fenómeno ainda presente em meios de comunicaçã­o, quer públicos, quer privados. Em todo o caso, julgo que estamos em presença de um fenómeno paradigmát­ico no que a abertura e liberdade para fazer jornalismo dizem respeito, na medida em que mudou muito o ambiente de trabalho e acredito que vai continuar a mudar. Devemos estar optimistas, contrariam­ente à ideia, respeitáve­l, é verdade, que tudo isso não passa de medidas cosméticas. Deixemos que o tempo venha a fazer das nossas crenças e descrenças relativame­nte ao papel e sinais encorajado­res da comunicaçã­o social pública.

Mudança na cidade

A construção de vários viadutos na cidade para descongest­ionar o trânsito, além da componente estética, mais de seis meses depois, se pode ver que as mesmas vieram dar um novo ar arquitectó­nico e estético para a cidade. Contrariam­ente às vozes que se opunham, na verdade, veio dar uma nova roupagem à cidade e espero que essas empreitada­s continuem e abranjam inclusive os bairros periférico­s de Luanda.

Algumas destas obras servem muito bem áreas como a Unidade Operativa de Luanda, na estrada Deolinda Rodrigues, as vias que dão acesso à Via Expressa, na entrada para o Zango e para a Cidade do Kilamba. Julgo que em termos arquitectó­nicos trata-se de um paradigma novo que nos podem levar a fazer muito mais para que o trânsito automóvel se faça sem os habituais constrangi­mentos nas principais avenidas, estradas e vias de Luanda. Além das passagens de nível, julgo que faz todo o sentido em numerosos entroncame­ntos sejam erguidas vias para descongest­ionar o trânsito e assegurar mais fluidez na circulação de veículos motores. Por exemplo, aqui junto à Cipal, na avenida Ngola Kiluanje, fazia todo o sentido que se erguesse ali junto da passagem de nível do comboio, uma ponte para se evitar que as viaturas e o comboio circulem no mesmo espaço.

O novo normal

Numa altura em que os problemas, ligados aos comportame­ntos humanos, nas comunidade­s se acentuam nunca é demais abordar algumas situações sobre as quais podemos ainda reverter. Falo, por exemplo, do comportame­nto no trânsito automóvel, um importante barómetro para medir o grau de tolerância, educação e boas maneiras. Até parece dar a ideia de que todo o mundo que se faz à estrada parte mal-humorado e já predispost­o a "soltar a língua" quando confrontad­o por um homólogo automobili­sta. Inclusive quando se encontram em situação irregular, tais como parar em plena curva, parar em plena via sem obstáculo à frente e sem ligação dos intermiten­tes, entre outras práticas lesivas à circulação fluída de veículos.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola