Sindicato exige mais diálogo com as entidades patronais
Numa declaração conjunta os líderes sindicais do Cuanza-Sul defenderam a solução dos conflitos laborais de forma célere
Sindicatos dos trabalhadores de vários ramos de actividade na província do Cuanza-Sul exigiram ontem, na praça da Liberdade, na cidade do Sumbe, a promoção, por parte do Executivo, do diálogo permanente com as organizações sindicais, para se encontrarem vias que conduzam à solução dos conflitos laborais.
Numa declaração conjunta lida pelo secretário provincial do Cuanza-Sul da Unta -Confederação Sindical, Manuel Ernesto, por ocasião do Dia Internacional dos Trabalhadores, assinalado ontem, os sindicatos que representam os trabalhadores de diversos ramos consideram que a actual conjuntura económica e financeira do país exige do Executivo uma postura proactiva na solução dos problemas que afectam os trabalhadores.
A declaração aponta como preocupações a precariedade da situação dos trabalhadores devido à falta de adequação das carreiras profissionais, estagnação da tabela salarial, desfavorecendo os trabalhadores nacionais em relação aos expatriados, falta de transparência nos descontos salariais para o tratamento do processo de segurança social dos funcionários reformados, marginalização das reivindicações dos sindicatos, entre outras.
Durante o acto, realizado sob o lema “Contra a precariedade no emprego, exigimos a revisão da Lei Geral do Trabalho”, os sindicatos pediram ao Executivo transparência nos futuros concursos públicos, para se aferir a competência necessária ao mercado de trabalho, e a revisão da Lei Geral do Trabalho, em prol da Constituição.
Na declaração conjunta, os sindicatos denunciaram o estado deplorável da assistência social aos trabalhadores, devido ao ineficiente funcionamento dos hospitais e postos de saúde.
Manuel Ernesto disse que, com as transformações que o mundo conhece, surgem políticas neoliberais que promovem a injustiça social.
Na declaração, os sindicatos pedem ao Executivo a protecção dos sindicatos no exercício das suas atribuições, o desmantelamento da corrupção, o nepotismo e outros males que concorrem para o empobrecimento dos trabalhadores e a população em geral.
Ao encerrar o acto, o vicegovernador para o Sector Económico, Político e Social, Joaquim de Almeida, reconheceu que a situação económica e financeira que o país atravessa não é das melhores e defendeu o envolvimento de todos os sectores para se mudar o quadro. “Estamos a viver uma situação económica e financeira difícil, por razões já conhecidas, mas que pode ser invertida com o engajamento de todos os sectores da vida nacional.”
Joaquim de Almeida disse que a província do CuanzaSul pode contribuir com o relançamento da produção do café, do palmar, dos cereais e fomento da criação do gado.
Aos sindicatos, o vice-governador apelou para terem presente que, a par das exigências, devem assumir o cumprimento dos deveres. “Temos de pensar que mais do que exigir há também deveres que devem ser observados”, frisou.
O vice-governador explicou que o Executivo está a trabalhar para a captação de investimento privado para a oferta de empregos.
“A empregabilidade passa pela dinamização do sector privado e não pelo sector público, que já se encontra saturado”, disse, para acrescentar que o salário justo deve andar de mãos dadas com a robustez da economia nacional.
O acto foi antecedido de uma marcha que percorreu as principais artérias da cidade do Sumbe e que contou com a participação de membros do Governo da província do Cuanza-Sul, trabalhadores filiados em diversos ramos de actividade, líderes de partidos políticos e população em geral.
Os sindicatos consideram que a actual conjuntura económica e financeira do país exige do Executivo uma postura proactiva na solução dos problemas dos trabalhadores