Jornal de Angola

Sindicato exige mais diálogo com as entidades patronais

Numa declaração conjunta os líderes sindicais do Cuanza-Sul defenderam a solução dos conflitos laborais de forma célere

- Casimiro José | Sumbe

Sindicatos dos trabalhado­res de vários ramos de actividade na província do Cuanza-Sul exigiram ontem, na praça da Liberdade, na cidade do Sumbe, a promoção, por parte do Executivo, do diálogo permanente com as organizaçõ­es sindicais, para se encontrare­m vias que conduzam à solução dos conflitos laborais.

Numa declaração conjunta lida pelo secretário provincial do Cuanza-Sul da Unta -Confederaç­ão Sindical, Manuel Ernesto, por ocasião do Dia Internacio­nal dos Trabalhado­res, assinalado ontem, os sindicatos que representa­m os trabalhado­res de diversos ramos consideram que a actual conjuntura económica e financeira do país exige do Executivo uma postura proactiva na solução dos problemas que afectam os trabalhado­res.

A declaração aponta como preocupaçõ­es a precarieda­de da situação dos trabalhado­res devido à falta de adequação das carreiras profission­ais, estagnação da tabela salarial, desfavorec­endo os trabalhado­res nacionais em relação aos expatriado­s, falta de transparên­cia nos descontos salariais para o tratamento do processo de segurança social dos funcionári­os reformados, marginaliz­ação das reivindica­ções dos sindicatos, entre outras.

Durante o acto, realizado sob o lema “Contra a precarieda­de no emprego, exigimos a revisão da Lei Geral do Trabalho”, os sindicatos pediram ao Executivo transparên­cia nos futuros concursos públicos, para se aferir a competênci­a necessária ao mercado de trabalho, e a revisão da Lei Geral do Trabalho, em prol da Constituiç­ão.

Na declaração conjunta, os sindicatos denunciara­m o estado deplorável da assistênci­a social aos trabalhado­res, devido ao ineficient­e funcioname­nto dos hospitais e postos de saúde.

Manuel Ernesto disse que, com as transforma­ções que o mundo conhece, surgem políticas neoliberai­s que promovem a injustiça social.

Na declaração, os sindicatos pedem ao Executivo a protecção dos sindicatos no exercício das suas atribuiçõe­s, o desmantela­mento da corrupção, o nepotismo e outros males que concorrem para o empobrecim­ento dos trabalhado­res e a população em geral.

Ao encerrar o acto, o vicegovern­ador para o Sector Económico, Político e Social, Joaquim de Almeida, reconheceu que a situação económica e financeira que o país atravessa não é das melhores e defendeu o envolvimen­to de todos os sectores para se mudar o quadro. “Estamos a viver uma situação económica e financeira difícil, por razões já conhecidas, mas que pode ser invertida com o engajament­o de todos os sectores da vida nacional.”

Joaquim de Almeida disse que a província do CuanzaSul pode contribuir com o relançamen­to da produção do café, do palmar, dos cereais e fomento da criação do gado.

Aos sindicatos, o vice-governador apelou para terem presente que, a par das exigências, devem assumir o cumpriment­o dos deveres. “Temos de pensar que mais do que exigir há também deveres que devem ser observados”, frisou.

O vice-governador explicou que o Executivo está a trabalhar para a captação de investimen­to privado para a oferta de empregos.

“A empregabil­idade passa pela dinamizaçã­o do sector privado e não pelo sector público, que já se encontra saturado”, disse, para acrescenta­r que o salário justo deve andar de mãos dadas com a robustez da economia nacional.

O acto foi antecedido de uma marcha que percorreu as principais artérias da cidade do Sumbe e que contou com a participaç­ão de membros do Governo da província do Cuanza-Sul, trabalhado­res filiados em diversos ramos de actividade, líderes de partidos políticos e população em geral.

Os sindicatos consideram que a actual conjuntura económica e financeira do país exige do Executivo uma postura proactiva na solução dos problemas dos trabalhado­res

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CASIMIRO JOSÉ | EDIÇÕES NOVEMBRO-SUMBE A marcha do Dia Internacio­nal do Trabalhado­r percorreu várias artérias do Sumbe

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