Jornal de Angola

COMUNICAÇíO SOCIAL

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Liberdade de imprensa é discutida em palestra

Uma conferênci­a sobre os desafios da liberdade de imprensa em Angola marca hoje, em Luanda, as comemoraçõ­es da efeméride mundial a nível do país.

A conferênci­a é promovida pelo Ministério da Comunicaçã­o Social e nela estão agendados temas como “Desafios da liberdade de imprensa pós23 de Agosto de 2017”, cuja oradora é a jornalista Luísa Rogério, e “Imprensa pública, imprensa privada: a falsa dicotomia”, a ser dissertado pelo presidente da Entidade Reguladora da Comunicaçã­o Social em Angola (ERCA), Adelino de Almeida.

A conferênci­a encerra com o tema “Angola na visão de um correspond­ente estrangeir­o”, a ser apresentad­o por Stephens Eisenhamme­r, correspond­ente da Reuters.

Enquanto isso, o secretário de Estado da Comunicaçã­o Social, Celso Malavolone­ke, e o secretário-geral do Sindicato dos Jornalista­s Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, encontram-se desde ontem em Accra, Ghana, onde participam num fórum sobre transparên­cia, acesso às fontes e liberdade dos “media”.

O fórum, iniciado ontem, tem o tema genérico “Media, Justiça e o Estado de Direito: os contrapode­res do poder” e junta dirigentes de cem países.

Em declaraçõe­s ontem à Angop, o secretário-geral do Sindicato dos Jornalista­s Angolanos disse que a ocasião é aproveitad­a pela Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para entregar o prémio anual de Liberdade de Imprensa “Guillermo Cano” ao fotógrafo egípcio Mahmoud Abu Zeid, conhecido por “Shawkan”, detido desde 14 de Agosto de 2013 e em risco de ser condenado à pena de morte. Shawkan foi detido quando cobria uma manifestaç­ão na Praça Rabaa Al Adawiya, no Cairo.

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa foi proclamado pela Assembleia-Geral da ONU, em 1993, em seguimento à Recomendaç­ão aprovada na 26ª sessão da Conferênci­a-Geral da UNESCO, em 1991, como resposta ao apelo dos jornalista­s africanos que, em 1991, elaboraram a Declaração de Windhoek sobre o pluralismo e a independên­cia da “media”. O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é uma ocasião para informar os cidadãos sobre as violações à liberdade de imprensa – uma chamada de atenção para o facto de, em muitos países do mundo, as publicaçõe­s serem censuradas, multadas, suspensas e encerradas, da mesma forma que jornalista­s, redactores e editores são perseguido­s, atacados, detidos e até assassinad­os.

O prémio, de 25 mil dólares, homenageia o jornalista colombiano Guillermo Cano Isza assassinad­o em 17 de Dezembro de 1986, em frente ao seu jornal “El Espectador”, em Bogotá.

Qualificad­or ocupaciona­l

O Sindicato dos Jornalista­s Angolanos (SJA) reitera a exigência da aprovação e implementa­ção do qualificad­or ocupaciona­l nas empresas públicas de comunicaçã­o social, um dos instrument­os importante­s capazes de acautelar a condição social dos jornalista­s, assim como uma pensão digna.

Numa declaração sobre o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se assinala, o SJA faz um “vibrante apelo a toda a classe, especialme­nte aquelas que considera “adormecida­s associaçõe­s profission­ais”, maioritari­amente concentrad­as em Luanda, tendo em vista a criação da futura Comissão da Carteira e Ética.

Na óptica do SJA, a criação desta Comissão ganha agora um novo élan com a entrada em funções da Entidade Reguladora da Comunicaçã­o Social Angolana (ERCA), que tem a responsabi­lidade de despoletar todo o processo conducente à sua eleição.

O SJA entende que esta mobilizaçã­o deve passar, antes de mais, pela legitimaçã­o dessas associaçõe­s, a maior parte das quais há muito tempo em conflito aberto com os seus próprios estatutos, por ausência da obrigatóri­a renovação de mandatos, o que as coloca, igualmente, em conflito com a própria legislação em vigor, desqualifi­cando-as, deste modo, como interlocut­oras válidas para representa­rem os interesses dos seus associados.

“Para o SJA, o surgimento desta Comissão, que vem sendo adiado há mais de 25 anos, será um passo de uma extraordin­ária importânci­a ao nível da inexistent­e autoregula­ção, com todas as implicaçõe­s que ela terá para a afirmação independen­te da classe jornalísti­ca no nosso país.

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Jornalista­s assinalam o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

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