REIVINDICAÇÕES SALARIAIS
Trabalhadores da Movicel exigem aumento de 75%
Os trabalhadores da operadora Movicel pretendem paralisar, a partir de segunda-feira, todas as lojas a nível do país, concretizando assim uma greve geral, caso a direcção da empresa não atenda as preocupações apresentadas no caderno reivindicativo, informou, ontem, ao Jornal de Angola, o porta-voz da comissão sindical.
Costa Santos disse que na origem de uma possível greve estão a assimetria salarial e as más condições de trabalho, não entendendo como ser possível que funcionários com as mesmas categorias e igual tempo de serviço ganhem salários diferentes.
O membro sindical considera uma atitude de má fé da empresa que, desde 2010, não actualiza os ordenados dos trabalhadores, uma situação que caracterizou de pura injustiça para uma instituição que obtém bons lucros.
“Continuamos a receber salários desactualizados em relação ao dólar. Pagam-nos com base no câmbio de dez mil kwanzas, o que é mau, tendo em conta que, nos dias de hoje, a moeda norte-americana está acima do valor anterior”, notou.
Essa situação, de acordo com o porta-voz da Comissão Sindical, está a causar mal estar no seio dos trabalhadores, porque com o salário que auferem pouco ou nada conseguem fazer, além do mais com a subida constante de preços dos produtos no mercado.
Por exemplo, esclareceu, nos dias de hoje, torna-se quase impossível comprar a mesma quantidade de produtos que se comprava há uns anos atrás.
Costa Santos informou que um trabalhador assistente na Movicel aufere 65 mil kwanzas, enquanto os directores funcionais recebem por mês dois milhões de kwanzas. O salário de um chefe de departamento é de um milhão e duzentos.
Denuncia que a direcção da empresa está a coagir os trabalhadores a não participarem na greve, com a ameaça de despedimento de cerca de 300 funcionários.
O Jornal de Angola contactou o director dos Recursos Humanos, Paulo Abreu, que garantiu pronunciarse sobre o assunto a qualquer momento.