Caculama aposta forte na produção agrícola
O relançamento da produção agrícola na Fazenda Conceição Morais, localizada na comuna do Caxinga, a 23 quilómetros da sede municipal de Caculama, em Malanje, está a ajudar a combater o desemprego na região.
A responsável da fazenda, Conceição Morais, disse, em entrevista ao Jornal de Angola, que os seus funcionários têm prestado um grande apoio aos camponeses locais, apesar das dificuldades no escoamento dos produtos do campo para os centros comerciais da cidade de Malanje, situação que se regista desde 2015.
Conceição Morais realçou que desde a implantação da fazenda, em 2015, a população continua a registar melhorias, sobretudo na oferta de produtos do campo e bens de primeira necessidade, tendo encorajado os demais agricultores e pessoas singulares a criarem mais iniciativas do género, para que a região se possa desenvolver.
Com uma extensão de 56 hectares, a fazenda dedicase à produção da mandioca, feijão, ginguba, repolho, couve, banana, mamão, batatadoce, milho, batata rena, laranja, além da criação de gado bovino, caprino e suíno.
A proprietária do empreendimento agrícola fez saber que, na presente campanha agrícola, foram colhidas 12 toneladas de tomate, 20 de feijão, dez de cebola, quinze de cenoura, 30 de batata-doce e dez de batata rena.
O excedente da produção é reservado à próxima campanha, tendo em conta a escassez de sementes.
A responsável considerou ser importante o aumento da produção local para se evitar a importação de sementes, defendendo mais investimentos na produção interna e na qualidade dos produtos.
Conceição Morais defendeu mais incentivos aos agricultores nacionais, relativamente à criação do gado bovino para o desenvolvimento da agropecuária. Disse que a fazenda que dirige possui 50 cabeças de gado bovino, mas a pretensão é aumentar este número para a comercialização de carne, a partir da sede municipal de Caculama.
A fazenda precisa de máquinas de lavoura, entre tractores e alfaias, com sistema de cultivo, adubação e de rega. Conceição Morais sublinhou que muitos camponeses têm dificuldades de escoar produtos por falta de financiamento e meios de transporte, bem como ao péssimo estado das vias secundárias e pontes.
Acrescentou que as sementes lançadas à terra nesta época agrícola ficaram destruídas, por não ter chovido o suficiente.
Apelou aos camponeses para cultivarem junto dos rios, para aproveitarem a humidade e criarem sistemas de irrigação, ainda que rudimentares, com a abertura de valas que transportem água até as plantações.