UE aposta na melhoria dos serviços de saúde
Províncias de Luanda, Huambo, Bié, Huíla e Benguela vivem carências de médicos e enfermeiros qualificados
A União Europeia vai continuar a apoiar o Governo angolano na melhoria dos serviços de saúde e da nutrição da população, especialmente das mulheres e das crianças, por meio do Programa de Apoio ao Sector da Saúde (PASS II), disse ontem a representante da organização em Angola.
Ao intervir no encontro de apresentação dos Planos Provinciais de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Saúde em Angola, Karmen LLoveres reconheceu que o programa permite o reforço da capacidade do Ministério da Saúde a nível central, provincial e municipal para melhorar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde prestados em Luanda, Huambo, Bié, Benguela e Huíla.
De acordo com Karmen LLoveres, a ajuda da União Europeia reforça o Governo de Angola na implementação de um sistema de saúde universal, igualitário, eficiente e de qualidade.
Karmen LLoveres informou que o Programa de Apoio ao Sector da Saúde está avaliado em 30 milhões de euros e é executado desde 2014 pelo Ministério da Saúde. O programa, prosseguiu Karmen LLoveres, visa a melhoria do acesso das populações aos cuidados de saúde e a qualidade dos serviços de saúde prestados a nível municipal, com particular atenção para os cuidados primários e materno-infantis.
“O programa obedece a variáveis, como populações, produtividade dos profissionais de saúde e taxa de incidência de doenças, que são considerados parâmetros importantes para uma avaliação da evolução das necessidades de recursos humanos em cada província”, disse Karmen LLoveres.
Serviços precários
A perita principal dos Planos Provinciais de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Saúde em Angola, Generosa do Nascimento, disse que as províncias beneficiárias vivem carências enormes em termos de recursos humanos, desde médicos e enfermeiros qualificados.
Generosa do Nascimento indicou que nestas províncias, o acesso aos serviços de saúde ainda carece de grande atenção e de cuidados especializados.
Segundo Generosa do Nascimento, o programa prevê uma fase experimental e foram escolhidas as províncias de Luanda, Huambo, Bié, Benguela e Huíla por representarem 58,9 por cento da população angolana. Afirmou que nestas províncias o trabalho desenvolvido foi adaptado cada um com base na sua realidade e será replicado para as demais regiões.
Nas cinco províncias iniciais, disse Generosa do Nascimento, os directores provinciais e municipais da Saúde mostraram total disponibilidade para prestarem informações e desenvolverem os trabalhos.
A ajuda da União Europeia reforça o Governo de Angola na implementação de um sistema de saúde universal, igualitário, eficiente e de qualidade
“A disponibilidade demonstrada pelos directores provinciais permitiu que o ambiente de trabalho fosse favorável, embora em alguns municípios hajam ainda dificuldades na obtenção de informação”, notou Generosa do Nascimento que explicou que durante os trabalhos concluiu-se que as equipas encontram algumas anomalias tais como o registo de dados em suporte de papel. “Esta via está totalmente desactualizada e nem sempre os dados que oferece são fiáveis quanto àquilo que era esperado.”
Nas províncias de Luanda, Huambo, Bié, Benguela e Huíla foram desenvolvidas acções formativas em três modalidades. Além disso, foi criado um curso de 70 horas para cada técnico, seguido de uma formação “on job” que culminou na elaboração de dossiês para o desenvolvimento e ajuste das políticas públicas do sector.
Os técnicos beneficiaram da oferta de um programa de formação pedagógica de formadores para os tornar aptos na divulgação dos estudos nas outras províncias e poderem ensinar os técnicos de outras províncias.