Buraco da Sonangol
Aos leitores peço, desde já, desculpa se o título da crónica os induziu em erro, por isso me apresso a esclarecer que não se trata de nenhum buraco financeiro da petrolífera, “apenas” mais um na Baixa de Luanda.
O título, esclareço também, não é de minha teoria, limitei-me a fazer eco da “voz do povo”, rápido, na sua sabedoria, simplicidade e humor, mesmo em situações dramáticas, em baptizar locais e situações.
O “buraco da Sonangol” é a boca de esgoto, mais uma, sem tampa, situado numa das esquinas das Ruas Rainha Jinga e do Primeiro Congresso do MPLA, entre dois edifícios da petrolífera. Que, neste caso, presumo, não é responsável pela situação. O que é verdade é que o perigo público que ela constitui permanece, no mínimo, há cerca de um mês. Teimosamente a comprovar que há quem receba salários e mordomias desmerecidamente, que a “lei” do “quero, posso, mando” prevalece e impunidade ainda é palavra sem significado para certas pessoas sem sentido de dever público. Que é preciso apear rapidamente dos lugares que lhes foram dados de “mão beijada” e sejam substituídas por quem saiba honrar obrigações.
O título da crónica de hoje, repito, devo-a à “voz do povo”. Que pena tanta gente não a ouvir. Mas como, se não anda no meio dele?