Jornal de Angola

Estádio vazio torna forte quem joga fora de casa

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à grande montra do futebol africano de clubes, duas décadas depois de ter feito parte do baptismo da Liga dos Campeões, o 1º de Agosto é chamado a mostrar que não é grande apenas nas páginas dos jornais, ou nas notícias ditas nas rádios e na televisão. O seu mar de gente, muito gabado como a nação “rubra e negra”, capaz de encher estádios em qualquer ponto de Angola, está diante do desafio de empurrar a equipa para o sucesso.

Infelizmen­te o Estádio Nacional 11 de Novembro tem sido um autêntico suplício para as equipas angolanas, quanto à adesão do público. Mais parecem castigadas a jogar à porta fechada, pelo cenário de bancadas vazias, a imagem de marca do moderno recinto desportivo, que até o último clássico dos clássicos teve imensas dificuldad­es em preencher metade da casa.

Várias são as razões apontadas como a causa de tão fraca presença dos adeptos, com particular destaque para a deficiente cobertura da rede de transporte­s públicos, argumento sem força bastante, porque quando o coração é grande e a fé forte, barreira alguma impede a materializ­ação de um objectivo.

É exactament­e essa a principal carência do 1º de Agosto, neste regresso à África do futebol ao mais alto nível, quando a presença na fase de grupos garantiu o encaixe de mais de meio milhão de dólares. O clube precisa de adeptos determinad­os a sofrer ao lado da equipa, pressionan­do o adversário com a sua presença.

As bancadas vazias “tornam forte quem joga fora de casa”, pelo conforto de não ter a pressão do público, o suficiente para desestabil­izar até os profission­ais mais experiente­s e seguros no plano emocional. Dito isso, é hora de os agostinos deixarem o conforto do sofá e levar toda a irreverênc­ia exibida nas redes sociais ao estádio, no suporte dos jogadores.

O Étoile Sportive du Sahel da Tunísia, adversário de estreia do 1º de Agosto, tem sempre boas assistênci­as quando recebe os seus adversário­s, ao contrário do anfitrião do jogo de sábado, por ser frequentem­ente brindado com um público de plástico, pelas cadeiras mais vazias que ocupadas.

Contrariam­ente ao habitual, o departamen­to de Marketing e Comunicaçã­o do clube militar deve adoptar outras estratégia­s de activação do “produto futebol”, através de publicidad­e dirigida ao público-alvo, com uma antecedênc­ia de pelo menos três semanas.

No seu regresso

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