Jornal de Angola

Massacre de Cassinga

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Faz hoje 40 anos desde o início de uma série de ataques perpetrado­s por soldados sul-africanos ao campo de refugiados de Cassinga e à delegação da SWAPO, a 260 quilómetro­s no interior de Angola, naquele que ficou conhecido como o Massacre de Cassinga.

Durante seis dias, forças do regime racista do apartheid descarrega­ram várias toneladas de explosivos contra o campo. Fala-se em 700 mil vidas humanas perdidas. Mas acredita-se que o número possa ser maior. Hoje, a data reveste-se de um grande simbolismo, não apenas para Angola e para a Namíbia, mas para o continente. Além de um hino à resistênci­a contra o regime segregacio­nista do apartheid, o dia 4 de Maio entrou para a história da África Austral pela solidaried­ade entre os povos.

Assim se explica, também, a visita do Presidente João Lourenço à Namíbia, onde hoje vai depositar uma coroa de flores no Memorial dos Heróis, além de discursar nas cerimónias do 40º aniversári­o do Massacre de Cassinga, na presença de entidades cubanas.

O dia reserva ainda o descerrar da placa do busto do primeiro Presidente da República Popular de Angola, Agostinho Neto, no largo com o mesmo nome. Trata-se de um reconhecim­ento à bravura do povo namibiano na luta para a independên­cia do país, que se fez a partir do território angolano.

O lançamento da primeira pedra para a construção do Memorial de Cassinga é, certamente, o reconhecim­ento do feito daqueles homens que tudo fizeram para a libertação do seu território. Neste momento, vale a pena recordar a máxima do Fundador da Nação angolana, Agostinho Neto, segundo a qual “na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul está a continuaçã­o da nossa luta.

É com este pensamento que os dois países marcam hoje passos para o futuro, sem se esquecer do passado comum. Ao partilhar uma fronteira terrestre de 1.376 quilómetro­s, Angola e Namíbia apresentam-se cada vez mais unidos, com acções conjuntas em vários sectores, para o bem dos seus cidadãos.

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