CARTAS DOS LEITORES
Água no Morro Bento
Os moradores do Morro Bento, em Luanda, continuam a sonhar com água potável nas suas residências, desde a época em que o bairro surgiu, entre o distrito da Samba e o agora município de Belas. Temos conhecimento de um projecto da Epal, que devia ser implementado em 2017, mas que nada se concretiza até hoje. Vivo há 8 anos no Morro Bento - arredores da Clínica Multiperfil, e sentimos diariamente os transtornos que a falta de água causa na vida das pessoas. Por Como alternativa, somos obrigados a comprar água de camiões cisternas, muitas vezes sem qualquer qualidade, pondo em risco a saúde de milhares de cidadãos. Outro problema que nos aflige, tem a ver com os valores que somos obrigados a despender todos os dias para ter o líquido nas nossas residências. Por exenplo, um recipiente de 25 litros custa em volta de 100 kwanzas. Esperamos que a Epal conclua o projecto anunciado no ano passado, para que tenhamos, finalmente, água potável.
Avarias eternas na CAOP
Há mais de três semanas que nós, os moradores da zona da CAOP, em Viana, estamos privados de energia eléctrica, devido a uma avaria no cabo de transportação. Apesar das sucessivas reclamações, a verdade é que até ao momento a situação não se resolve. Na última semana, técnicos da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) estiveram no local da avaria, cavaram um buraco e foram-se embora. Enquanto isso, vivemos as escuras e já começam a surgir assaltos e furtos em residências. Com a escuridão, o patrulhamento da Polícia nacional também ficou escasso. Há dias ficamos a saber que as constantes avarias se devem à sobrecarga na rede. Entretanto, um indivíduo instalou uma fábrica de chinelos que consome energia doméstica. Tudo com o conhecimento da ENDE.
Polícia com poucos meios para combater o crime
Nas últimas semanas temos assistido a um crescimento dos assaltos a viaturas ligeiras, sobretudo de marca Toyota. O objectivo dos ladrões é roubar as placas electrónicas da série Fortuner e Hilux e para isso não olham a meios para atingirem os fins. Este tipo de assaltos ocorre em vários locais, incluindo na baixa de Luanda.
A coberto da escuridão, os amigos do alheio utilizam uma técnica cirúrgica que consiste em partir o vidro lateral para destrancarem a viatura e terem acesso ao habitáculo da mesma e desprenderem a placa que normalmente fica alojada no porta luvas. O movimento é rápido e simples e o resultado final passa pela comercialização da "encomenda" nos nossos mercados do Golfe e outros. A nossa polícia que domina o assunto não consegue pôr cobro à rotina dos ladrões e evita aproximar-se do mercado do Golfe, onde dizem terem sido mortos alguns agentes em confronto com os marginais. Será que o terror tem mais poder que as forças da ordem? Se assim é quem nos pode valer desta praga que grassa na nossa capital?