Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- SOLANA DOS SANTOS Bairro Morro Bento MIGUEL SIMÃO Bairro da CAOP JÚLIO DA COSTA Luanda

Água no Morro Bento

Os moradores do Morro Bento, em Luanda, continuam a sonhar com água potável nas suas residência­s, desde a época em que o bairro surgiu, entre o distrito da Samba e o agora município de Belas. Temos conhecimen­to de um projecto da Epal, que devia ser implementa­do em 2017, mas que nada se concretiza até hoje. Vivo há 8 anos no Morro Bento - arredores da Clínica Multiperfi­l, e sentimos diariament­e os transtorno­s que a falta de água causa na vida das pessoas. Por Como alternativ­a, somos obrigados a comprar água de camiões cisternas, muitas vezes sem qualquer qualidade, pondo em risco a saúde de milhares de cidadãos. Outro problema que nos aflige, tem a ver com os valores que somos obrigados a despender todos os dias para ter o líquido nas nossas residência­s. Por exenplo, um recipiente de 25 litros custa em volta de 100 kwanzas. Esperamos que a Epal conclua o projecto anunciado no ano passado, para que tenhamos, finalmente, água potável.

Avarias eternas na CAOP

Há mais de três semanas que nós, os moradores da zona da CAOP, em Viana, estamos privados de energia eléctrica, devido a uma avaria no cabo de transporta­ção. Apesar das sucessivas reclamaçõe­s, a verdade é que até ao momento a situação não se resolve. Na última semana, técnicos da Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Electricid­ade (ENDE) estiveram no local da avaria, cavaram um buraco e foram-se embora. Enquanto isso, vivemos as escuras e já começam a surgir assaltos e furtos em residência­s. Com a escuridão, o patrulhame­nto da Polícia nacional também ficou escasso. Há dias ficamos a saber que as constantes avarias se devem à sobrecarga na rede. Entretanto, um indivíduo instalou uma fábrica de chinelos que consome energia doméstica. Tudo com o conhecimen­to da ENDE.

Polícia com poucos meios para combater o crime

Nas últimas semanas temos assistido a um cresciment­o dos assaltos a viaturas ligeiras, sobretudo de marca Toyota. O objectivo dos ladrões é roubar as placas electrónic­as da série Fortuner e Hilux e para isso não olham a meios para atingirem os fins. Este tipo de assaltos ocorre em vários locais, incluindo na baixa de Luanda.

A coberto da escuridão, os amigos do alheio utilizam uma técnica cirúrgica que consiste em partir o vidro lateral para destrancar­em a viatura e terem acesso ao habitáculo da mesma e desprender­em a placa que normalment­e fica alojada no porta luvas. O movimento é rápido e simples e o resultado final passa pela comerciali­zação da "encomenda" nos nossos mercados do Golfe e outros. A nossa polícia que domina o assunto não consegue pôr cobro à rotina dos ladrões e evita aproximar-se do mercado do Golfe, onde dizem terem sido mortos alguns agentes em confronto com os marginais. Será que o terror tem mais poder que as forças da ordem? Se assim é quem nos pode valer desta praga que grassa na nossa capital?

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