Jornal de Angola

Líder da Renamo foi membro da Frelimo

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Afonso Macacho Marceta Dhlakama nasceu em Mangunda, na província de Sofala, no centro de Moçambique, a 1 de Janeiro de 1953 e estava há mais de 40 anos na liderança da Renamo.

Dhlakama vivia refugiado na serra da Gorongosa, no centro do país, desde 2016, tal como já o havia feito noutras ocasiões, quando se reacendiam os confrontos entre a Renamo e as forças de defesa e segurança de Moçambique.

Apesar de se auto-intitular “pai da democracia moçambican­a”, e para muitos simpatizan­tes ser o “Mandela ou Obama moçambican­o”, Afonso Dhlakama era igualmente visto como um “senhor da guerra”.

Entre o afável e o incendiári­o, Dhlakama era uma figura controvers­a. “Se não gostarem de mim, depois de cinco anos, podem-me mandar embora, porque não vou matar ninguém”, disse o líder da Renamo num comício no centro do país em 2014, respondend­o desta forma aos críticos que o acusavam de recorrer à violência para fazer vingar os seus pontos de vista na política de se comportar como “dono” da Renamo (Resistênci­a Nacional Moçambican­a), que dirigia desde os 23 anos.

Em 1974, com o fim da guerra colonial, o político e militar ingressou na Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), tendo acabado por abandonar esse movimento para se tornar, dois anos depois, um dos fundadores da RNM (Resistênci­a Nacional de Moçambique). Após a morte de André Matsangaís­sa em combate e depois de uma luta pela sucessão, Dhlakama assume a liderança do movimento que passa a ser designado por Renamo.

Depois de uma guerra civil de 16 anos, movida com o apoio do apartheid, Dhlakama assina o Acordo Geral de Paz com o então Presidente do país, Joaquim Chissano, líder da Frelimo, a 4 de Outubro de 1992, em Roma, passando a Renamo a ser um partido político. A primeira vez que concorreu como candidato às eleições gerais (legislativ­as e presidenci­ais) foi em 1994, dois anos depois do acordo firmado em Itália.

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DR Presidente Filipe Nyusi foi incansável na busca da paz

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