Jornal de Angola

Conflito arrasou o país

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A guerra civil em Moçambique foi uma das mais brutais de África. A RENAMO teve má fama por causa da destruição de escolas e centros de saúde, da minagem de estradas e pelo recrutamen­to de crianças soldados. A violência causou aproximada­mente 900.000 mortos. Milhões refugiaram-se dentro ou fora de Moçambique.

Mesmo contra os princípios do Acordo Geral de Paz de Roma, que previu a desmobiliz­ação total dos rebeldes da RENAMO, Dhlakama sempre manteve um exército privado do partido. Treinaram longe do olhar do público em bases fechadas no interior da província de Sofala, nas localidade­s de Maríngué e Inhaminga.

O escritor moçambican­o Mia Couto chegou a criticar o estilo militarist­a de fazer política de Dhlakama numa entrevista ao canal privado STV: “Ficámos reféns do medo de alguém que reiteradam­ente veio anunciar que 'agora sim vou voltar à guerra, vou incendiar o país'… Ele escolheu vários tipos de discursos que são realmente ameaças”, disse.

Dhlakama reagiu com um auto-isolamento na Serra da Gorongosa, abandonand­o a sua mansão em Maputo.

“Desde Outubro de 2012, quando Afonso Dhlakama se retirou para o seu antigo quartel general da guerra civil, abandonou de facto as instituiçõ­es de Moçambique e as plataforma­s democrátic­as existentes”, disse uma analista do instituto britânico de estudos políticos, Chatham House, Elisabete Azevedo-Harman. “Isolou-se da capital Maputo e dos outros actores políticos”, acrescento­u.

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