Grupo Quantum pede uma solução negocial
Uma semana depois do anúncio do seu afastamento da gestão dos activos do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), o grupo suíço Quantum Global manifestou “espanto” pelo sucedido e sugeriu “uma solução negociável” para o problema.
Em comunicado divulgado ontem, o grupo suíço alega que o Fundo Soberano “recebe actualizações regulares sobre as operações e o valor do fundo”, para declarar estranheza pelo facto de o FSDEA ter recorrido a processos judiciais.
No documento, o grupo Quantum Global garante que todo o dinheiro do Fundo Soberano de Angola sob sua gestão “está intacto e devidamente justificado”.
“Em vez de lançar processos legais equivocados, a Quantum Global acredita que o FSDEA deve procurar uma solução negociável ou arbitragem, em conformidade com os acordos contratuais”, lê-se no comunicado.
Ao continuar a recorrer a procedimentos legais nas Ilhas Maurícias e no Reino Unido, prossegue o comunicado, “o FSDEA está a diminuir valor nos seus próprios investimentos”, nota o documento.
Em consequência dos processos judiciais movidos contra o grupo nas Maurícias e no Reino Unido, neste momento os “portfolios” das suas empresas não podem pagar salários aos principais fornecedores, cumprir obrigações contratuais, pagar impostos ou contas jurídicas, refere o comunicado.
Na opinião dos gestores do grupo Quantum Global, “a abordagem jurídica adoptada pelo FSDEA vai resultar em prejuízos financeiros para o povo angolano”.
O Fundo Soberano de Angola justifica o afastamento da Quantum Global da gestão dos seus activos pela forma como o grupo suíço investia os recursos, “totalmente desalinhada” com os princípios para os quais foi criado.
No comunicado em que anuncia o afastamento do grupo suíço, o Fundo Soberano diz que, na gestão dos seus investimentos, a Quantum Global não observava os Princípios de Santiago, um conjunto de 24 directrizes constituídas num compromisso subscrito em Outubro de 2008, na capital chilena, pelo grupo internacional de trabalho sobre fundos soberanos.