Combate à doença do sono junta técnicos em Luanda
A cidade de Luanda acolhe, na próxima terça e quartafeira, a terceira reunião regional sobre a doença do sono, anunciou, ontem, o chefe de Departamento de Gestão Técnica e Supervisão do Instituto de Combate e Controlo das Tripanossomíases (ICCT).
A reunião vai juntar especialistas de Angola, da República do Congo e da República Democrática do Congo, três países endémicos, que vão avaliar os resultados das actividades realizadas em cada um dos países, informou Paulo Makana.
Nos três países, lembrou Paulo Makana, são utilizadas novas técnicas de diagnóstico, como testes rápidos e de biologia molecular, com recurso à utilização de microscópio florescente. A biologia molecular é utilizada para a detecção rápida do parasita “trypanossoma brucei” no sangue.
O uso de novas técnicas faz parte de um projecto financiado pela Fundação Internacional para a Inovação de Novos Diagnósticos, que ajuda os três países a combater a doença do sono, como também é conhecida a tripanossomíase, cujo vector é a “mosca tsé-tsé”.
Angola realizou uma campanha de rastreio da doença do sono, iniciado a 12 de Abril e encerrada quarta-feira. A campanha detectou mais de 20 casos positivos, nas províncias de Luanda, Bengo, Cuanza-Norte, Malanje e Uíge, num grupo de mais de quatro mil pessoas observadas pelos técnicos do Instituto de Combate e Controlo das Tripanossomísases humanas e animais.
Causas e transmissão
A doença do sono é causada pelo parasita “trypanosoma brucei” e transmitida através da picada da mosca tsé-tsé. A doença é conhecida como “do sono” devido à inconsciência e ao mal-estar que causa ao paciente.
Em África, cerca de meio milhão de pessoas são atingidas pela doença anualmente, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Acredita-se que 80 por cento das pessoas infectadas pela doença do sono, morrem após apresentarem sintomas como cansaço, febre alta, convulsões e dor intensa.
Apesar da mortalidade ser alta, há cura para a doença. Os números da mortalidade são grande, pela demora no diagnóstico e porque, também, o tratamento tem preços elevados. A mosca “tsé-tsé” só é encontrada em África, especificamente nas regiões quentes e húmidas espalhadas em 36 países da África Subsaariana. O parasita hospeda-se em humanos e animais através da picada da mosca "tsé-tsé".